Esperava-se um Benfica afirmativo e concludente capaz de demonstrar a natureza acidental do resultado do jogo da Liga em Braga. Não aconteceu por mérito da equipa do Braga, em especial do seu guarda-redes, o homem do jogo. Primeira parte muito bem disputada, tu cá tu lá, superiorizando-se a equipa do Benfica através de um belíssimo golo de cabeça de Jonas culminando excelente lance coletivo. Até ao intervalo, foi o show de Kritsyuk, que, com duas excelentes defesas, evitou a dilatação do marcador e o adeus à Taça, tirando o "pão da boca" a Jonas.
No início da segunda parte, como era de prever, a equipa do Braga entra a "todo o gás"
à procura do empate. E ele chegou através de um lance infeliz de André Almeida que falhou a intersecção da bola e da distração dos seus colegas, nomeadamente Maxi, que não fez a cobertura ao 2º poste, abrindo a clareira por onde o avançado do Braga fez o golo. Sorte e mérito do Braga e do seu Treinador que, acto contínuo, mudou de tática; recuou a equipa para os quarenta metros do seu meio-campo dando a iniciativa do jogo aos encarnados, apostando na subida das suas linhas, no seu desgaste físico e mental e no contra-ataque rápido a partir de recuperações do meio-campo. E ganhou. O Benfica subiu no terreno procurando inverter o resultado, desguarneceu o seu meio-campo e, carente de Luisão não teve o engenho de parar o avançado bracarense para um golo fácil onde a Júlio César não podem assacar-se responsabilidades.
A partir daqui intensificou-se o jogo reativo do arsenalistas, defendendo com toda a equipa nos quarenta metros iniciais do seu meio-campo, muito compacta e solidária, fechando todos os caminhos para a sua baliza, onde o guarda-redes efetuou mais três ou quatro defesas de grande categoria garantindo a inviolabilidade da suas redes. Eventualmente acusando o desgaste físico do jogo anterior, a equipa encarnada "empastelou" o seu jogo, incapaz de lhe incutir a intensidade que se impunha para suscitar roturas na defensiva adversária. Só com a entrada de Talisca apareceram os remates de meia-distância, um dos quais poderia ter dado golo, não fora Kritsiuk, muito inconsequente jogo aéreo e alguns cruzamentos mal dirigidos devido à inferioridade numérica dos encarnados na área bracarense. Em cima de tudo isto, o esperado anti-jogo dos vencedores.
Fatal foi a saída de Enzo, que estava a garantir os equilíbrios defensivos a meio-campo, tal como o não contributo de Luizão, o "patrão" da equipa, e de Sálvio, fiquei a saber, a braços com mais uma lesão prolongada. Faltou a tal voz de comando dentro das quatro linhas. E faltou mais dinâmica na ala esquerda.
Do árbitro, não me parece que tenha vindo mal ao jogo; parece que há uma mão na bola de Jardel que daria grande penalidade para o Braga e talvez tenha poupado a expulsão ao defesa do Braga que fez falta sobre o isolado Jonas à entrada da sua área.
Parabéns ao Braga que, desta vez, não usou da tradicional violência, fez um bom jogo e ganhou com mérito.
Uma palavra de conforto aos bravos do Benfica, apesar de desfeiteados, neste confronto, sendo certo que jogaram desfalcados e com menos um dia de descanso. Olhar para a frente e esquecer o resto.
Sem comentários:
Enviar um comentário