Vai para aí uma histeria hipócrita contra o Benfica a propósito de tudo e mais um par de botas, que visa, afinal, a indução de instabilidade na equipa e consequente reflexo nos resultados desportivos. Indiferente a tudo isso, superando todos os reveses, sejam as saídas de jogadores influentes ou as prolongadas e sucessivas lesões de outros ou o "terrorismo" verbal veiculado pela imprensa ou os resultados desportivos desfavoráveis, a equipa do Benfica e o seu corpo Técnico, prossegue com serenidade o seu percurso desportivo, revelando maturidade e a união característica dos campeões.
No jogo com o Paços ficou a ideia de que a equipa não fez tudo o que estava ao seu alcance para ganhar, e depois, Eliseu, cometeu um erro recorrente, que também responsabiliza Jorge Jesus, oferecendo a vitória ao adversário. A propósito do Paços, devo dizer que os acontecimentos das últimas épocas, em que parece ter-se vendido aos interesses do Porto, dissiparam a admiração que me suscitava o seu futebol tradicionalmente esclarecido voluntarioso e destemido.
Contra o Sporting, em crescendo de forma após o diferendo autofágico entre Presidente e Treinador e cujo sucesso da época dependia do resultado deste jogo, Jorge Jesus, sem Júlio César, ciente das fragilidades no lado esquerdo e na baliza da sua equipa, montou-a de forma a impedir a entrada do adversário na área. A ideia era evitar que a bola chegasse à baliza prevenindo eventuais deslizes. Daí a inclusão de André Almeida a trinco do lado esquerdo para fazer as compensações a Eliseu e, juntamente com Samaris, fechar o eixo do ataque leonino. Sacrificou a criatividade do meio-campo sem a qual a movimentação ofensiva da equipa não funciona de nada servindo dispor de dois pontas de lança. Cá da minha modesta bancada julgo que deveria ter prescindido de um ponta de lança em favor de um criativo do meio-campo; Pizzi (parece que não defende bem) ou Talisca, ou...?, ou então recuava Lima para o meio-campo ficando Jonas na frente para ensaboar o Juízo à defesa contrária. Por outro lado, a equipa desistiu das alas, especialmente a da direita, que, pelo contrário, tinha sido errada e excessivamente solicitada no jogo anterior. Parece-me necessário desenvolver a capacidade de lançar a ofensiva em profundidade a partir da defesa em vez de insistir no transporte da bola, que proporciona ao adversário tempo de recuperação, e à equipa, desgaste físico. O certo é que a bola poucas vezes chegou à baliza de Artur, e, quando tal aconteceu, este respondeu à altura, revelando maturidade emocional apesar dos ataques soezes de que foi alvo na semana precedente. E foi numa fífia do esforçado Samaris - Samaris!, ou coloca-se a bola ou atira-se esta para a bancada, o mais longe possível da nossa baliza - que o golo verde surgiu!, parecia tudo perdido, tendo-se revelado então a tal característica dos campeões; os jogadores do Benfica e o seu Treinador não aceitaram a derrota, subiram no terreno, criaram superioridade numérica na área - à Mourinho -, et voilá...le but rouge! Este golo ao cair do pano uniu ainda mais a equipa, enfurecendo os dirigentes adversários que já tinham feito outras contas.
O resto, como bem disse João Gabriel é folclore...do mau; Bruno de Carvalho segue a velha e fedorenta estratégia que Pinto da Costa tem vindo a abandonar discretamente - depois de perceber, julgo, o seu nefasto contributo para o propósito da Regionalização -, e que consiste em inventar um perpétuo e diabólico inimigo externo, neste caso, o Benfica, a fim de desviar as atenções da sua própria incapacidade de consolidar e desenvolver o projecto leonino. O comportamento irregular dos adeptos, afinal, tem servido de pretexto para o financiamento abusivo da Liga de Clubes, sendo o Benfica, de longe, o clube mais penalizado. Vá lá saber-se porquê! O assunto não se resolve em definitivo por falta de interesse ou de coragem, competindo às autoridades fazê-lo, com a colaboração dos clubes. Penalizando estes, esgota-se o objectivo do combate à violência nos estádios. De qualquer forma, quem tem consentido, ao longo de décadas, os mais graves desvarios de algumas claques, perdeu legitimidade moral para intervir. Ainda assim, foram os "No Name Boys", a única claque a ser investigada, os seus membros acusados, julgados, condenados e, parte deles, presos!, porque não se fez o mesmo a todas as outras?
No caso da faixa alusiva ao infeliz caso do verilyght, afinal, a Direcção do Benfica agiu em conformidade. Uma lição para Bruno de Carvalho e todos os comentadores que não tiveram o cuidado de averiguar previamente os factos. Aquele dirigente, infelizmente, oferece-nos o regresso ao passado, grosseirão, caceteiro e trafulha e constitui mais um bluff para os adeptos sportinguistas; afinal, em que consistiu a reestruturação da dívida ao falido BES?, não representa deslealdade desportiva perante os adversários que pagam a tempo e horas os seus compromissos?, e donde vêm os tais 20 milhões com que a SAD leonina resgatou os direitos desportivos dos jogadores?, do BESA, que deu sumiço a cerca de 4 MME do BES?, afinal, qual foi o contributo do Sporting para a falência do BES?, e já agora, do Porto?, ora então os fundos é que são suspeitos!
Surpreendente mesmo foi a notícia do "perdão" da CML ao Benfica relacionada com construção das infraestruturas da Luz. Um perdão de 1,8 ME, diz-se, de uma câmara PS ao Benfica?! Justifica-se que os clubes cuja actividade se traduza em contrapartidas relevantes para as populações locais, tenham apoios públicos, sem dúvida, desde que com transparência, legitimidade e razoabilidade. Mas quando a população se debate com uma crise económica sem fim à vista e com o "terrorismo" fiscal do Estado, tal é difícil de justificar e aceitar. Julgo, neste caso, tratar-se, não de financiamentos directos mas de perda de receitas de licenças e taxas camarárias; das que têm destruído o país por desincentivo ao investimento. António Costa, com esta iniciativa, mata dois coelhos - ou três? -, lança a "escada" ao eleitorado encarnado e passa uma esponja sobre todos os espúrios e escandalosos apoios de que outros clubes têm beneficiado nas últimas décadas, entre os quais se destacam, de longe, o Porto, o Braga, o Marítimo, o Nacional e muitos outros ainda que em menor escala.
O que sugiro ao Presidente do Benfica é que dispense qualquer perdão e pague o que tem a pagar, de preferência de imediato e em cash, ainda que tenha que dispensar algum atleta. Dois milhões de euros?, Valha-me Nossa Senhora! Seria um exemplo para o país e um orgulho para os benfiquistas.
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