Consta que o Governo tem um programa de financiamento a fundo perdido - 15 a 20 mil euros - a cada emigrante que, não tendo obtido sucesso no país de destino, queira regressar. Parece um gesto louvável mas não é. Ainda não há muito tempo, o chefe do Governo, sem demonstrar pesar, incitava os portugueses à emigração. Emigrar não é necessariamente uma tragédia e poucos como nós, portugueses sabem disso, mas fica mal a um Primeiro-Ministro dizê-lo com aparente insensibilidade. Trata-se, afinal, implicitamente, de uma confissão de impotência que muitos consideram, também implicitamente, uma expulsão. Daqui ao rancor vai um passo, especialmente tendo em conta a experiência pessoal do atual Primeiro-Ministro.
Importante não é oferecer uma ajudazinha financeira aos desafortunados depois perderem a dignidade, importante é proporcionar a cada um o direito de lutar por ela no seu próprio país, simplificando o acesso às profissões e ao empresariado, combatendo todos os que, sob pretexto das mais "elevadas" causas, universalista ou não, regulamentam e certificam a torto e a direito com o propósito, afinal óbvio, de garantir receitas para o Estado e feudos económicos para si próprios....Mas, nada como os subsidiozinhos para enfraquecer e tornar dependente uma população, pronta a agradecer nas urnas.
Mas, afinal, e os outros?, os que enfrentam o terramoto económico que se abateu no país nos últimos anos e a voracidade insaciável das administrações pública e local?, quantos terão que fechar as portas por tal ato de aparente generosidade? Trata-se afinal de suscitar a "rotação" da pobreza!, não será? É com certeza uma daquelas medidas patéticas destinadas a "amaciar o pêlo dos eleitores" consequência da falta de ideias e convicções.
Tal faz-me recordar o programa em vigor de cofinanciamento pelo Estado dos salários dos desempregados de longa duração em parceria com os empregadores. Percebe-se a ideia; paga-se meio salário, poupa-se um subsídio e integram-se pessoas na vida ativa. Mas...será mesmo assim?, não, não é! há empresas a despedir trabalhadores a prazo ou efetivos para admitir esses desempregados, arriscando quebras de competitividade por perda de rotinas dos processos produtivos. Ou seja; poupa-se um subsídio e paga-se meio-salário ao ex-desempregado pagando-se um subsídio ao novo desempregado! Entra um, sai outro e aumenta a despesa!
E quanto às outras empresas?, as que pagam salários por inteiro? As que vão concorrer com as que pagam meio salário?, mas a constituição serve para quê?, para garantir carreira, salário e pensões aos constitucionalistas? Igualdade de oportunidades consiste em quê? Esta gente percebe o que anda a fazer?
E quanto às outras empresas?, as que pagam salários por inteiro? As que vão concorrer com as que pagam meio salário?, mas a constituição serve para quê?, para garantir carreira, salário e pensões aos constitucionalistas? Igualdade de oportunidades consiste em quê? Esta gente percebe o que anda a fazer?
São coisas como estas que tornam evidente a falta de efetiva cultura democrática da nossa comunidade política, irremediavelmente perdida nos labirintos das lutas partidárias, na insana disputa do poder.
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