Barbería, Edward Hopper
...E já estamos na frente! Sem euforias, como convém; a procissão vai no adro e respeitar os outros é bonito.
A equipa do Benfica, como tinha feito contra o Besiktas, fez um bom jogo. Melhor!, desta vez teve o que lhe faltou antes; ponta de lança; o que está onde é necessário e que, de pé ou de cabeça, sabe rematar, dando à bola o efeito de que carece para entrar na baliza. Ainda houve por ali alguma confusão no passe a nas marcações, valendo-nos a excelência de Júlio César cum umas três intervenções de grandíssima categoria. Marafona também brilhou a grande altura por várias vezes, que me lembre; espetacular remate de primeira de Sálvio a culminar jogada de envolvimento empolgante, salvo erro, iniciada pelo endiabrado Grimaldo; portentoso livre de Gonçalo Guedes a meia altura e forte remate rasteiro à entrada da área de Zé Gomes. Várias perdidas, parte a parte, a indiciarem ainda, baixos níveis de preparação e concentração de alguns jogadores. Braga difícil, muito tático e ativo. Benfica respondendo à letra e superiorizando-se quase sempre, sem que, até ao 2-0, deixasse de pairar o síndroma do empate.
Grimaldo está a jogar muito; Nelson Semedo deve dar mais atenção à cobertura do seu flanco; Lisandro não deve desligar o radar enquanto o árbitro não der o apito final. André Horta e Feysa estão soberbos - este com uma fífia monumental, invulgar, que nos ia saindo cara; Pizzi fez um golo e assistiu para o terceiro; Guedes foi, mais uma vez, um moiro de trabalho, incansável rematador a merecer melhor sorte. Zé Gomes é fino; conhece os terrenos que pisa e não pede licença para rematar, tendo obrigado Marafona a aplicar-se a fundo.
Com o 3-o, Rui Vitória, descomprimiu a equipa - cuidado com isso - aproveitando para descansar jogadores - Feysa e Sálvio -, e dar minutos a outros; Carrilho e Zé Gomes. Gostei, claro; há grande margem de progressão.
Sousa não esteve mal; a decisão do 2º golo é para respeitar. Pizzi foi rasteirado na área, de forma invulgar. Guedes foi derrubado na zona frontal e impedido de visar a baliza. António Rola anda muito macio com os árbitros; terá sido atacado pelo vírus do excesso de zelo?
Marafona lesionou-se, mesmo, no pé esquerdo; viu-se bem como abanou todo. Pousou-o devido ao colega. Julguei que estava arrumado para o jogo. Apesar de tudo, cheguei a convencer-me de que, da segunda vez, estava a fazer ronha, para "arrefecer" o ímpeto dos encarnados e para os colegas "apanharem ar", que já estavam a estorvar-se uns aos outros.
José Peseiro enervou-se e compreende-se; mas não teve razão; o movimento de interseção do bola pelo seu jogador, foi intencional e colocou Pizzi em jogo!, enfim; é a chamada sorte do jogo...mas não deve subestimar-se o trabalho atacante, nomeadamente pelo Kostas.
Salvador pareceu demasiado nervoso pois não sabia que fazer às mãos nem ao nariz; tinha o primeiro lugar à vista, mas o Benfica foi melhor.
Trabalhinho, muito trabalhinho; deixai o paleio para os outros.
Força, Benfica!
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