O Momento do Benfica II
Das infraestruturas:
É este um dos ex-lbris da gestão de Filipe Vieira que por si só lhe garantirá lugar de relevo na história do clube. Estádio, pavilhões (2), piscinas (2), museu e complexo do Seixal. Uma obra e peras. As “peras”, são um passivo da ordem dos 400 milhões de euros que asfixia o clube (SAD) e degrada a sua capacidade competitiva. Sem uma equipa - de futebol sénior - forte, nenhum projeto tem futuro. A importância das infraestruturas é instrumental; são necessárias para construir uma equipa de topo europeu, conforme os pergaminhos do clube. Ainda não ocorreu. Já lá vão 15 anos de novo Estádio.
Das infraestruturas:
É este um dos ex-lbris da gestão de Filipe Vieira que por si só lhe garantirá lugar de relevo na história do clube. Estádio, pavilhões (2), piscinas (2), museu e complexo do Seixal. Uma obra e peras. As “peras”, são um passivo da ordem dos 400 milhões de euros que asfixia o clube (SAD) e degrada a sua capacidade competitiva. Sem uma equipa - de futebol sénior - forte, nenhum projeto tem futuro. A importância das infraestruturas é instrumental; são necessárias para construir uma equipa de topo europeu, conforme os pergaminhos do clube. Ainda não ocorreu. Já lá vão 15 anos de novo Estádio.
Recordo que o projeto de Vale e Azevedo de
recuperação do antigo Estádio, da autoria de Tomás Taveira, custava o
equivalente a 20 milhões de euros. Para a constituição da SAD havia
financiamento do equivalente a 100 milhões de euros. À época, o passivo do
clube era da ordem dos 10 milhões de euros, equivalentes. Esta disponibilidade
teria permitido recuperar o antigo Estádio, pagar a totalidade da dívida e investir
de imediato na competitividade do futebol sénior, Quem sabe se não teria
permitido quebrar o ciclo azul bem mais cedo - até porque a Olivedesportos
estava em cheque na questão dos direitos desportivos da Liga.
A componente imaterial também carece de
consideração; o antigo estádio tinha um simbolismo não negligenciável; por um
lado incorporava o esforço coletivo dos adeptos e populares que participaram
com materiais, trabalho ou dinheiro para a sua construção; por outro era único,
um dos maiores da Europa e do Mundo - só tinha equivalente no Maracanã; por
outro ainda, tinha sido palco dos grandes feitos desportivos do clube que
fascinara os adeptos do futebol em geral incluindo os jogadores adversários
envolvidos. Dele emanava um poder galvanizador sem paralelo nos grandes
momentos. Tudo isto ruiu com ele.
Mário Dias, coordenador do projeto do novo
Estádio, disse na entrevista à BTV por ocasião da comemoração dos 15 anos do
novo Estádio, que os Bancos se tinham recusado a financiar a recuperação do
antigo por não proporcionar retorno. Compreende-se o interesse dos bancos em
vender 400 milhões de euros em vez de 20 milhões, concluindo-se que a
construção do novo Estádio foi, sobretudo do interesse daqueles e não do
Benfica. E também se conclui que o atual Estádio, simboliza a usura bancária e
o messianismo de Filipe Vieira. Uma grande mudança deste “novo” Benfica: de
Sport Lisboa e Benfica para Sport Lisboa e Vieira.
Pelo referido, ao contrário do que tem sido
propalado, a construção do novo Estádio dividiu os adeptos do Benfica,
enfraquecendo-o.
Há lugar para uma ressalva de natureza
económica comparativa relativamente aos custos de manutenção e de exploração,
bem como ao potencial de receita associada aos dois estádios.
A considerar também o contexto da época em
que o Benfica estava afastado da “febre” dos Estádios em marcha acelerada
apontada ao euro 2004, para gáudio dos rivais e respetivos correligionários.
Aliás, à época, fiquei com a convicção que um dos propósitos do euro 2004, até
pela forma como vários jogadores encarnados foram tratados na Seleção, teria
sido o de deixar o Benfica para trás face aos rivais diretos - havia dinheiro
para todos mas não para o clube da Luz; que
isto não é a Santa Casa da Misericórdia, como declarava o Tavares. O “ficar
para trás” poderia deixar sequelas entre os adeptos Não sei. Mas sei que, o que
efetivamente importa é ganhar; ganhando, a questão do Estádio não teria
relevância.
Foto: Casario da Papoa em Peniche
Peniche, 6 de Novembro de
2018
António J. R. Barreto
António J. R. Barreto
Sem comentários:
Enviar um comentário