O Benfica é uma “avalanche”
desportiva e social
Não sei quantos
clubes haverá, na Europa e no mundo, com um nível de ecletismo idêntico ao do
Benfica. É impressionante, admirável e gratificante ver a quantidade de modalidades
que se praticam no clube; futebol, futsal, hóquei em patins, andebol, basquetebol,
rugby, polo aquático, canoagem, atletismo, natação, judo; miúdos e graúdos,
homens, mulheres, rapazes, raparigas, meninos e meninas, enfim, uma verdadeira
multidão a praticar desporto, em Lisboa, nas escolas espalhadas pelo país e
estrangeiro!
A excelência da
atividade desportiva praticada pelo clube é adornada por inúmeros títulos
nacionais e internacionais conquistados pelas suas equipas e atletas em cerca
de 118 anos de existência, granjeando-lhe o respeito no mundo do desporto, a
nível interno e externo.
A Fundação Benfica,
sempre pronta a contribuir no apoio às populações vítimas de catástrofes -
Madeira, Haiti, Pedrógão, Cabo Verde, Ucrânia, etc. - desenvolve intenso
trabalho social nos bairros periféricos da capital e outras cidades,
incentivando, motivando e apoiando os jovens a frequentar a escola e a estudar.
Ontem a equipa de andebol conquistou um feito
inédito no clube ao sagrar-se campeã da Europa - Taça EHF -, derrotando uma das
melhores equipas da atualidade. Tal foi o culminar dum trabalho coletivo
abnegado, paciente, persistente, inteligente, ano após ano, sem desfalecimento apesar
dos sucessivos inêxitos.
E é isto que muito
me orgulha no meu clube e que tem ocorrido em todas as modalidades; esta capacidade
de enfrentar e superar as derrotas, com abnegação, mais trabalho, mais união,
mais competência, sempre com a vitória em mente, que, cedo ou tarde acaba por
acontecer.
O Benfica é um
fenómeno social inigualável em Portugal, uma torrente interminável de prática
desportiva, que congrega a simpatia e apoio de grande parte da população
portuguesa e a admiração do mundo do desporto em geral.
Não se percebe pois
o clima de hostilidade ao clube que se instalou, nas últimas décadas, na
Comunicação Social em geral, nas instituições desportivas, judiciais, em certas
franjas políticas e até em alguns governos.
Como é possível que
o nome do clube tenha sido enxovalhado na Praça Pública, com documentação
roubada e truncada, durante quase um ano, sem que as autoridades policiais e judiciais
o impedissem? Como vai ressarcir-se o clube dos danos que lhe foram causados?
Como e quando vão ser punidos os responsáveis, diretos e indiretos de tal ação?
Em matéria
desportiva é óbvia a diferença de tratamento das incidências dos jogos, em
geral, mas no futebol em especial, com prejuízo recorrente para as equipas do
clube:
Como é possível que
num campeonato com 34 jogos tenham sido assinaladas duas grandes penalidades a
favor da equipa de futebol principal do Benfica, uma das mais ofensivas na
Europa, já com o campeão decidido, sem que tal tenha provocado a estupefação
geral e a atuação das autoridades desportivas e judiciais?
Como é possível que
se tenha anulado um golo à equipa de futebol sénior do Benfica, por
fora-de-jogo de 2 cm, alegadamente mal assinalado, sem suscitar indignação
geral e a atuação das autoridades competentes?
Não sei qual é a
resposta a estas perguntas, mas o que parece é que, por razões diversas,
estratégia ou doença do foro mental de alguns dirigentes adversários,
militância ativa negativa de grande parte da Comunicação Social e preconceito
ou estratégia política de alguns setores partidários, se estabeleceu um
consenso geral quando à necessidade de travar o crescimento desportivo e social
do Sport Lisboa e Benfica em género de ajuste de contas.
Cabe aqui recordar
que dois ex-presidentes do clube foram presos, um deles em pleno exercício de
funções, contrastando com a benevolência com que dirigentes de outros clubes foram
bafejados em casos muito graves.
Na verdade a minha
teoria é que o Benfica, paradoxalmente, é visto por alguns setores desportivos
e políticos como símbolo do salazarismo e do centralismo e como tal, um alvo a
abater.
Por tudo isto, e
porque ainda vivemos numa sociedade livre, defendo a necessidade de os adeptos
e simpatizantes do clube tomarem consciência desta realidade e, no pleno uso
das respetivas prerrogativas cívicas, agirem decididamente na defesa do clube.
Ninguém mais o fará.
Peniche, 05 de Junho de 2022
António
Barreto
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