Desporto

sábado, 28 de janeiro de 2023

Competitividade, Produtividade, Razão de Troca e Liberdade

 

4-Produtividade e Razão de Troca

 

    A quarta Revolução Industrial está condenada ao fracasso. Ao contrário das anteriores, propulsionadas pela expansão dos mercados internacionais, esta está a ser imposta por via administrativa; é como forçar um rio a escoar fora do seu leito natural. Escoará, sim, mas com elevados custos.

   Produtividade e Competitividade devem ser associados à Razão de Troca, para que não suceda algo semelhante ao que decorreu do Tratado de Methuen - também designado por “Tratado de Panos e Vinhos”, tão elogiado por David Ricardo por ser benéfico para ambas as partes. Era, sim, mas enquanto a Inglaterra garantia a produtividade de 1/5, a de Portugal ficava-se por 1/3. Portugal progredia mas empobrecia face à Inglaterra.

   Julgo que este fenómeno se verifica atualmente. Os constrangimentos normativos da UE à produção industrial e às transações internacionais, associados aos atavismos económico-ideológicos dos governos nacionais, cada vez mais viciados na dívida, nas transferências comunitárias, nos maus investimentos ou na ausência deles, priorizando a despesa pública, são garantia de fracasso.

   Haverá uns fenómenos transitórios de aparente desafogo, haverá alguns grupos de privilegiados, normalmente associados a corporações com poder disruptivo, ou a partidos, mas o país como um todo, inevitavelmente, ir-se-á atrasando face aos seus congéneres.

   Gostaria de dizer aos governos, de Portugal e da Comissão Europeia que nos deixem viver! Preparem os caminhos, abram todas as portas, informem, formem, financiem, mostrem que são confiáveis, que estão com as populações, não tenham medo da nossa liberdade.

   Cada um caminhará pelo seu próprio pé, conforme o seu tempo, o seu ritmo, fazendo o que sabe, por todo o país, por toda a Europa, realizando os seus sonhos, diminutos ou grandiosos, sendo feliz, cada um à sua maneira, o mercado fará o resto, selecionando os que forem, efetivamente melhores; quem tiver unhas que toque guitarra”.




Peniche, 25 de Janeiro de 2023

António Barreto

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