4-Produtividade e Razão de Troca
A quarta Revolução Industrial está condenada
ao fracasso. Ao contrário das anteriores, propulsionadas pela expansão dos
mercados internacionais, esta está a ser imposta por via administrativa; é como
forçar um rio a escoar fora do seu leito natural. Escoará, sim, mas com
elevados custos.
Produtividade e Competitividade
devem ser associados à Razão de Troca, para que não suceda algo semelhante ao
que decorreu do Tratado de Methuen - também
designado por “Tratado de Panos e Vinhos”, tão elogiado por David Ricardo por ser benéfico para
ambas as partes. Era, sim, mas enquanto a Inglaterra garantia a produtividade
de 1/5, a de Portugal ficava-se por 1/3. Portugal progredia mas empobrecia face
à Inglaterra.
Julgo que este
fenómeno se verifica atualmente. Os constrangimentos normativos da UE à
produção industrial e às transações internacionais, associados aos atavismos
económico-ideológicos dos governos nacionais, cada vez mais viciados na dívida,
nas transferências comunitárias, nos maus investimentos ou na ausência deles,
priorizando a despesa pública, são garantia de fracasso.
Haverá uns fenómenos
transitórios de aparente desafogo, haverá alguns grupos de privilegiados,
normalmente associados a corporações com poder disruptivo, ou a partidos, mas o
país como um todo, inevitavelmente, ir-se-á atrasando face aos seus congéneres.
Gostaria de dizer
aos governos, de Portugal e da Comissão Europeia que nos deixem viver! Preparem
os caminhos, abram todas as portas, informem, formem, financiem, mostrem que
são confiáveis, que estão com as populações, não tenham medo da nossa liberdade.
Cada um caminhará
pelo seu próprio pé, conforme o seu tempo, o seu ritmo, fazendo o que sabe, por
todo o país, por toda a Europa, realizando os seus sonhos, diminutos ou
grandiosos, sendo feliz, cada um à sua maneira, o mercado fará o resto,
selecionando os que forem, efetivamente melhores; quem tiver unhas que toque
guitarra”.
Peniche, 25 de Janeiro de 2023
António
Barreto
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