Em Frente Benfica
A equipa do Benfica - de futebol sénior A -, apesar de estar a praticar bom futebol ainda não atingiu o equilíbrio e o nível competitivo com que iniciou a época transata.
Tal deve-se ao apuramento direto para a Liga dos Campeões e à perda de dois jogadores estruturantes, Grimaldo e Gonçalo Ramos.
Devido aos jogos de apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões e ao novo treinador, a equipa iniciou a época anterior a “cem à hora”; os índices físicos, técnicos, táticos e motivacionais estavam no máximo. Só na ponta final da época vacilou, consequência da longa época, em especial do desgaste provocado pela participação na liga milionária.
A preparação para a época corrente foi mais tardia, a equipa parece dar sinais de quebra física nas segundas metades das partidas. Por outro lado, quer o lado esquerdo da defesa, quer o eixo do ataque, ainda não funcionam com a eficácia precedente.
Há uma clara quebra de quantidade e qualidade dos centros e cruzamentos do lado esquerdo, sem os quais diminuem drasticamente os lances de finalização. Fica em cheque o avançado-centro - e a equipa - condenado a vaguear na frente sem bola ou a recuar para a obter e conduzir a finalização.
Trubin é, claramente, uma “mais-valia”, revelando-se excelente no jogo aéreo, no jogo de pés - coloca a bola a longa distância com precisão - nos tempos de saída e na execução das manchas. Os recentes jogos com o Porto e com o Inter demonstraram-no, tranquilizando equipa e adeptos.
Di Maria, Neres, Korkçu e Neves, em especial os dois primeiros, acrescentam criatividade, mobilidade e diversidade. O primeiro veio ainda reforçar o elo afetivo dos adeptos e a auto-estima e motivação dos colegas.
Tolerância zero, por parte das arbitragens e entidades desportivas, é, mais uma vez, o que a equipa, técnicos e dirigentes, têm por certo esta época, contrastando com a tolerância que tem sido dispensada aos adversários mais fortes.
Continua a verificar-se, claramente, falta de consideração institucional pelo clube e seus adeptos, nos âmbitos desportivo e governativo. Uma realidade que dura há décadas e que tem a ver com o preconceito, de alguns setores políticos influentes, relativamente ao clube.
Tal realidade extravasa para o exterior e reflete-se no habitual desacerto das arbitragens nos jogos internacionais. Verificou-se esta época nos jogos com o Inter e com o Salzburgo, e na época anterior com o primeiro, nos dois jogos.
Ainda tenho frescos na memória os casos das finais com o Sevilha e com o Chelsea, bem como os dos jogos com o Barcelona e com o Bayern, entre outros.
Os dirigentes do clube devem equacionar este tema e encontrar forma de o combater, tornando evidente ao público, em especial aos seus adeptos e simpatizantes, a segregação de que têm sido vítimas.
O estoicismo do silêncio, ao invés de moderar a hostilidade para com o clube e seus adeptos, encoraja-a. Das instituições públicas, desportivas e governativas, nada mais há a esperar.
Peniche, 07 de Outubro de 2023
António Barreto
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