Desporto

domingo, 8 de setembro de 2024

 

Benfica 24/25



Quatro jornadas, cinco pontos perdidos. Falharam, mais uma vez, os analistas e decisores internos. Não havia “carta na manga”. Estabilidade é continuidade. Com os jogadores certos, para a esquerda e para o ataque, voltaríamos ao bom futebol. Vieram os jogadores manteve-se o jogo, lento, empastelado, medroso, sem garra nem imaginação. A espaços um “cheirinho” a bom futebol, como deve ser; rápido, intenso, com amplitude, profundidade, mas...sem finalização. Como previra, nada de essencial mudou. Se não mudara em toda a época anterior não iria mudar agora. Escassos os centros e cruzamentos, quase sempre maus quando aconteciam. Quando saíam a bola morria nos pés dos defesas, nas mãos dos guarda-redes ou saia pelas linhas lateral e de fundo. Não se marcam golos com um avançado na área. E nem sempre com uma multidão, nos últimos minutos, em desespero de causa. Roger Schmidt tem uma qualidade rara, que muito aprecio; é educado para toda a gente, mas não sabe “ler o jogo”, não sabe “mexer” no jogo; define um modelo no início e, ou dá, ou “morre”! Significa que não conhece os jogadores; a alta matemática, para ele, não terá segredos, mas a dinâmica do jogo, tem! Respeitar os compromissos assumidos é um ato nobre. Defender, com dignidade, os interesses do clube, também. Perderam-se tempo e pontos, mas não é demasiado tarde. Choque motivacional. Um simples choque motivacional basta!


Veio Lage. É bom treinador. É do Benfica. Conhece o futebolzinho “tuga”; dos “taipais defensivos”, das corridas a solo, da marretada a meio-campo, dos mergulhos aquáticos, das arbitragens manhosas, da “vista-grossa”dos “mandantes” do “circo” futebolístico luso. Quererá recuperar o prestígio perdido. É possível. Se não perder o discerrnimento em vacuidades circenses.


Disse circenses. É o que o Benfica às vezes me parece. Um circo. Uma feira de vaidades. Mais pragmatismo. Menos conversa fiada. Mais suor. Menos vaidade. Menos festas. Mais trabalho. E foco na defesa institucional do clube. A federações, talvez com exceções, parecem empenhadas e concertadas em impedir a ascensão desportiva do Benfica. Em todas as modalidades. A diversificação dos vencedores, para quem manda, parece mais consentâneo com o conceito de democracia. E isto faz-se acontecer. Salvam-se as aparências.


Há homens que na vida derrubam todos os obstáculos, há exércitos que vencem sempre e obram prodígios. Parece que o exército pressente e adivinha as ordens do general. Mal ele as concebe, executa-as logo. Essas multidões exaltadas condu-las para onde quer, e essa força material que destrói todos os obstáculos materiais, nasce de uma ideia: é espiritual. É assim que o chefe inspira o exército, tanto quanto o exército inspira o chefe.



A corte prestes a rumar ara o Brasil


El-Rei Junot – Raúl Brandão


Peniche, 08 de Setembro de 2024

António Bareto

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