Uma vitória do Benfica sem
contestação, contra um adversário tradicionalmente difícil pela qualidade de
jogo e pela garra que normalmente apresenta. Benfica de ataque maciço, em toda a
largura do terreno com as alas muito criativas e o eixo de ataque poderoso,
servidos por um meio-campo empreendedor e dinâmico.
A falta de precisão nos
cruzamentos, denotando alguma ansiedade dos avançados e o bom posicionamento
dos defesas vimaranenses na sua sobrepovoada área,
dificultaram deveras a finalização. Toscano poderia mesmo ter inaugurado o
marcador, não fora a pronta saída de Artur a negar-lhe o tento.
Finalmente, Ola John e Tacuara
fizeram o que se exige a jogadores de elite; progressão pela ala esquerda,
posicionamento cirúrgico, cruzamento milimétrico e cabeceamento mortífero,
indefensável. Um excelente lance de futebol, ilustrando o que este desporto deve
ser; um espetáculo. Com a equipa mais tranquila e os vimaranenses mais ativos, a
dois golos seguintes acabaram por surgir com naturalidade, numa grande
penalidade bem executada pelo Tacuara e num tremendo golo pelo
fabuloso Lima, numa bomba de pé esquerdo ao 1º poste a passe do parceiro de
ataque. Bonito!
Esteve mal o árbitro ao não
assinalar uma grande penalidade cometida sobre o Lima na 1ª parte e muito mal ao
expulsar o jovem André Gomes, impedindo assim o Benfica de dilatar o marcador.
Expulsão, aliás, bem na linha do furacão de castigos a que o Benfica tem sido
sujeito, a todos os níveis, desde o início da época, algo que já não estranhamos
e que, estou convicto, faz parte da estratégia do mostrengo azul de induzir
instabilidade no inimigo, graças à cumplicidade de que parece beneficiar dos
órgãos das instituições desportivas responsáveis pala competição.
A equipa do Benfica desta época
apresenta-se com uma frente de ataque bem mais poderosa, tendo melhorado
sobremaneira capacidade de progressão pelas alas e maior mobilidade e poder de
fogo no eixo. A dinâmica do meio-campo, porém, carece de “afinação” no
posicionamento, recuperação, compensações, transição e qualidade do passe,
afinação esta que, estou certo, não tardará, dada a qualidade dos atletas para o
setor, donde destaco, Matic
Enzo e até o André, todos,
atualmente, em crescendo.
O que me parece, neste momento,
prioritário, é o controlo emocional dos atletas em
qualquer circunstância, pois só assim será possível manter a concentração
tática, o sincronismo coletivo e a qualidade técnica, necessários ao
desmantelamento dos blocos defensivos adversários. Foi o que faltou até ao
primeiro golo, algo que regresso de Luisão poderá ajudar a superar; fizeram-se
muitos cruzamentos, mas de má qualidade, gerando mais ansiedade seguida de mais
descontrolo. Um ciclo vicioso que deve ser evitado a todo o custo. Os blocos
defensivos ultrapassam-se com criatividade, dinâmica, sincronismo e precisão.
Por outro lado, a ansiedade ofensiva conduz à desproteção defensiva, muitas
vezes fatal, como foi no lance do Toscano - perdemos os dois jogos com o Chelsea
na época passada por erros deste tipo. Também o remate de meia-distância, tem
que ser melhorado, induzindo na equipa as movimentações adequadas e no atletas, a convicção necessária ao êxito. Finalmente, o
lado esquerdo da defesa, carece de estabilidade muito rapidamente. Nos jogos de
alto nível, um falhanço deita tudo a perder…sem apelo nem agravo.
Desejo à equipa felicidades para
o próximo jogo da Liga dos Campeões que exige concentração e empenho máximos de
todos, atletas e público.
AB
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