Foi um Benfica de mangas
arregaçadas, taticamente concentrado, com boa ocupação dos espaços, jogando um
futebol apoiado, vertical, com a frente de ataque bem aberta, eficaz na
recuperação, na qualidade de passe e na progressão.
Face à habitual postura
eminentemente defensiva do adversário, com três centrais, dois laterais e dois
trincos, apostando no contra-ataque, à envergadura física e agressividade dos
adversários, a equipa do Benfica teve grande dificuldade na criação de
situações de golo devido à má qualidade do último passe. De facto, este é um
capítulo que necessita de ser melhorado, uma vez que, a precisão dos centros e
cruzamentos para a área adversária, são indispensáveis para bater as defesas
sobrepovoadas com que as equipas que defrontam o Benfica normalmente se
apresentam. A certa altura da segunda-parte, o meio-campo perdeu eficácia,
graças ao despovoamento de atletas nossos e ao sobrepovoamento de atletas
adversários; algo que tem acontecido com alguma frequência e que exige maior
disciplina da equipa.
O que mais me agradou foi o
coletivo, que apresenta um entrosamento cada vez mais consolidado. Saúdo a
entrada auspiciosa do nosso Capitão, que nos contemplou com uma boa exibição e
constato com satisfação, a autoridade que Jardel ostentou, revelando cada vez
mais confiança e eficácia. Também os laterais Luizinho e André Almeida se mostraram
bem integrados na manobra da equipa e seguros nas suas intervenções,
afirmando-se cada vez mais como alternativas a ter em conta. Matic e Bruno César encheram o campo e
os avançados porfiaram com intencionalidade na procura do golo. Fantástico o
remate cesgado de Matic a encher o
pé, justo prémio da sua exibição e dedicação bem como o slalom do Gaitan a que Takuara correspondeu com a competência
que lhe é habitual.
O Moreirense, jogou em bloco
baixo, muito agressivo, revelando os seus atletas grande pujança física,
apostando no contra-ataque, produzindo dois belos lances ofensivos; um potente
remate de cabeça a rasar o poste, com Paulo Lopes batido e, já ao cair do pano,
um remate colocadíssimo ao segundo poste a que Paulo Lopes respondeu com
exuberante defesa.
Duarte Gomes arbitrou como um
verdadeiro Benfiquista, prejudicando o alegado seu clube de coração, ao perdoar
duas grandes penalidades ao Moreirense; uma sobre Luizinho, outra sobre Lima e
ao permitir o jogo violento de alguns atletas do Moreirense. Como grande
Benfiquista que, alegadamente, é, ainda tenho fé de o ver agraciado pela
Associação de Futebol do Porto.
No início da época, cheguei a
rebelar-me contra algumas opções de Jorge Jesus, que nos trouxe alguns
dissabores, mas hoje dou a mão à palmatória; o Benfica patenteia, algo que teve
no passado longínquo e perdeu com a ascensão do mostrengo; a estabilidade
desportiva! É óbvio que a aposta continuada em Jorge Jesus, permitiu consolidar
um modelo de jogo, e implementar uma política desportiva que abrange não só o
plantel principal, onde permanece o núcleo estruturante, como o da equipa B,
dos Juniores, dos cedidos e de toda a formação.
Os resultados estão à vista; a
saída de atletas estruturantes, tem sido colmatada com eficácia por outros
atletas conhecedores do modelo de jogo, confiantes e apoiados pela estrutura da
equipa.
Julgo porém que é necessário
reduzir o quadro de atletas
profissionais reduzindo a folha salarial e aumentando a competitividade
desportiva global.
Recomendo à Direção da SAD,
atenção às movimentações da FIFA no debate do tema da intervenção dos fundos
mobiliários no financiamento do futebol liderado pelo inefável Platini, que
parece proibido em Inglaterra e em Espanha.
É para mim claro desde há muito
que o quadro competitivo das seleções tem que ser alterado de forma a não
prejudicar as competições de clubes. O quadro atual induz nos clubes um
agravamento tremendo do esforço financeiro, com graves prejuízos desportivos
resultantes de muitas vezes, em jogos capitais, se verem privados dos seus
melhores atletas. Não pode ser! A UEFA a FIFA e as Federações Nacionais,
sedentos de receitas, sobrecarregam os clubes, pondo em causa a
competitividades destes. Há que pôr fim a isto!
AB
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