Os paradoxos do mundo atual sucedem-se, sobrepõem-se, perante a indiferença geral, característica do seguidismo modista, oportunista, e contraditório com os princípios das sociedades efetivamente livres e participadas. Ora então vejamos:
- A comunidade científica internacional concluiu que o aquecimento global que se tem verificado no planeta nos últimos séculos, se deve ao efeito de estufa provocado pela excessiva emissão de CO2 e outros gases, resultante principalmente do processo industrial.
- Perante a gravidade da circunstância, vários países, sob a égide nas Nações Unidas, reuniram-se em Quioto em 1997 a onde se acordaram estratégias e compromissos com vista à redução da emissão de gases com efeito de estufa.
- Tal compromisso, porém, só vinculou os países intervenientes após a adesão da Rússia em 2004, ao superar-se a quota pré-definida de 55% do total emissões produzidas por 55% dos países aderentes.
- Este protocolo enunciou os princípios do comércio de quotas de emissão de carbono mediante o qual, os países com excesso de emissões (industrialmente desenvolvidos), poderiam adquirir créditos ao países com excesso de quota (industrialmente subdesenvolvidos).
- Os paises pobres deixarão de se preocupar com a sua industrializazão; bastará vender aos congéneres desenvolvidos a sua quota de emissão.
- Com o rendimento assim obtido poderão então comprar-lhes os bens de que necessitem.
- Aqui chegados, começa a "cheirar-me a papeis rasgados", pois parece que seremos todos felizes e tal não se coaduna com as lições históricas.
- Em sequência, iniciou-se a implementação de nova atividade económica, com a criação de numerosas empresas especializadas no desenvolvimento de tecnologis de redução ou captação dos "gases malditos".
- A crise económica global induziu a redução da emissão destes gases por inerente redução da produção industrial.
- Este novo setor da economia entrou em insolvência por falta de procura.
- É, pois, necessário aumentar a poluição global para que os especialistas do combate à dita possam rentabilizar o seu negócio!
- O caminho para a sustentabilidade planetária implica a redução da produção global através da mudança de hábitos de consumo da população, da alteração dos processos produtivos com adoção de fontes de energia sustentáveis e da redução da intensidade energética.
- Faltam novas referências na comunidade liderante planetária, em particular do mundo ocidental.
AB
(in DN de 11 de Março de 2013)
Crise no mercado do CO2 fecha empresas
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"Não há mercado de carbono em Portugal", é
um dos lamentos que se ouve num sector que, há uns anos, prometia muito, mas que
com a crise está agora a sofrer.
O "Público" escreve que "o
colapso do mercado de carbono na Europa está a colocar as empresas portuguesas
em grandes dificuldades. Algumas já fecharam, outras sobrevivem apenas à custa
de clientes no exterior, investimentos que prometiam lucros certos
desvalorizaram-se a pique. E ninguém antevê uma solução fácil para o que parecia
ser um bom negócio há uns anos, mas agora está nitidamente a sucumbir às
circunstâncias".
Segundo o jornal "são empresas que tinham um objectivo comercial com
benefícios planetários: ajudar outras empresas a reduzirem as suas emissões de
carbono, para minimizar o aquecimento global. Mas a crise roubou-lhes os
clientes. Com a economia arrefecida, as indústrias estão a poluir menos e, por
ora, não necessitam de ajuda. "Não há mercado de carbono em Portugal", afirma
Júlia Seixas, co-fundadora da E. Value, consultora da área do carbono que entrou
em processo de insolvência em meados de 2012".
(In Wikipédia)
O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988), seguida peloIPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992). Também reforça seções da CQNUMC.
Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global.
Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).
As metas de redução não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.
A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
- Reformar os setores de energia e transportes;
- Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
- Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
-
- Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8 °C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.
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