Desporto

domingo, 4 de agosto de 2013

QUE BENFICA?

Num tempo de grande incerteza e preocupação, tudo parece menos difícil ao ver as rubras camisolas evoluir no magnífico Estádio da Luz, no caso de hoje, em homenagem ao símbolo maior do Benfica; Eusébio.


Desenha-se uma equipa mais dinâmica, criativa e versátil, como se viu na primeira parte deste jogo com o São Paulo. A ausência de ponta de lança fixo permite reforçar a "massa crítica" do meio-campo, melhorando a eficácia da recuperação e da construção, aumentando a incerteza às defensivas contrárias. A rapidez, raio de ação e qualidade técnica de Djuricic, Markovic, Rodrigo e Lima, em particular, consolidam este modelo de jogo, com excelentes resultados, por exemplo, no jogo anterior - com o Elche e na primeira parte deste.
 
Há mais opções disponíveis, em especial, nas posições mais carenciadas; nas laterais, no meio-campo e no ataque. Cortez, que dispôe de bons recursos técnicos, físicos e mentais, vai ganhando consistência, necessitando de maior disciplina tática; Sílvio parece ser opção válida, carecendo de melhor doseamento do ímpeto ofensivo; no eixo defensivo, aposto que Steven Vitória vai dar água pela barba a Luisão e Garay, visto que dispõe de excelentes recursos no jogo aéreo, grande determinação, disciplina e capacidade atlética; Djuricic é um tecnicista de alto nível, construtor de espaços e linhas de passe fatais; Ruben Amorim, mais maduro e confiante, dispõe agora do seu espaço de afirmação tal como André Gomes que tem mostrado alguns bons pormenores; Markovic, vagabundeando por todo o campo - já o vimos em ação defensiva bem junto à nossa linha de fundo -, graças à sua alta "rotação" parece ser um segundo "abre-latas" e finalizador de excelência; Rodrigo cujo talento já conhecemos mostrou que pode "explodir" .
 
A equipa parece mais equilibrada, menos previsível, apresentando porém, algumas debilidades, nomeadamente; insegurança na baliza, falta de poder de choque no meio-campo, insuficiência no jogo aéreo ofensivo e défice na meia-distância. Estas últimas qualidades imprescindíveis no Benfica, tendo em conta a habitual postura de "ferrolho" da maioria dos adversários. Mobilidade sincronizada, amplitude ofensiva e precisão no passe são fatores a melhorar tal como a finalização, que requer mais expontâneidade e convicção.
 
Ficou o amargo da derrota contra a equipa do S. Paulo, de escola prestigiada - como se viu na 2ª parte -, muito matreira; forçando o desgaste físico do adversário na 1ª parte, para, no início da 2ª, impor maior intensidade, criando desiquilíbrios que renderam dois golos; o primeiro, na sequência de um belo lance ofensivo, o segundo, que sentenciou a partida, consequência de uma desatenção de Cortez e do habitual excesso de zelo da equipa da e arbitragem.
 
Para mal dos nossos pecados, continua a pairar no ar o imbróglio Cardozo e a expetativa de saídas de atletas estruturantes na manobra da equipa, acabando por relativizar a importância da preparação. Este modelo, não me parece bem.
 
Muita atenção às observações do nosso José Augusto, sempre muito objetivas e pertinentes, neste caso, quanto aos perigos da marcação à zona e a alguns detalhes da técnica do guarda-redes. Paulo Lopes esteve bem; neste momento tenho mais confiança nele que em Artur. 

Há que trabalhar mais e melhor e estar atento ao jogo de bastidores, que já começou.

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