O "fado do Aljube", gravado em 1929 por Maria Emília Ferreira, tal como o "Fado Abandono", da autoria de David Mourão Ferreira, cantado por Amália e que ficou conhecido pelo "Fado de Peniche", e alguns do Tristão como os "Lobos da Serra", desmentem a concepção fatalista, conformista, retrógrado e colaboracionista do fado, que predomina na sociedade portuguesa, omitindo-se, por ignorância ou conveniência, as suas facetas satírica, humorística e denúncia sociopolítica. Tal serve os propósitos dos revisionistas da cultura, também designados por progressistas, na sua sistemática sanha demolidora da identidade cultural dos portugueses, afim de, então, erigirem os alicerces culturais do "homem novo" compulsivo criador dos paraísos na Terra. Pelo Fado pode chegar-se ao Povo; conhecer os seus temores, as suas angústias, os seus amores e as suas esperanças. Para muitos, o fado é uma espécie de oração, um caminho para o além, este, afinal, objeto de poetas, filósofos ou simples místicos. O Fado, indelével característica identitária portuguesa, deve ser conhecido, enriquecido, partilhado e não ignorado. O Fado do Aljube, com os meus agradecimentos a Tia Macheta.
Olá, gostaria de ter as letras, por favor. Você pode me ajudar? obrigado.
ResponderEliminarOlá, gostaria de ter as letras, por favor. Você pode me ajudar? obrigado.
ResponderEliminarDesculpe, mas só agora vi os comentários. Vou ver se consigo a letra. Acho que a tenho guardada.
EliminarObrigado, para mi responde. eu espero as palavras da musica.
EliminarDesculpe só agora responder, mas não foi fácil conseguir a letra deste fado. Na interpretação não se percebe bem, e há muito pouca coisa escrita sobre ele. Aqui vai,
EliminarFado do Aljube
Sobe a gente aquela escada
E depois, sem luz nem ar,
Como um fardo É atirada
Lá p'ra dentro a soluçar
Vem logo uma companheira
Vem sentada ao nosso lado
Diz o choro: é grande asneira,
Pois não é dessa maneira
Que se foge ao negro fado...
É bem negro realmente
Aquele Aljube arrepiante
Onde a gente Sente o vício
A cada instante
A vibrar Dentro de nós
No lugar do coração,
Uma voz de maldição...
Sem o sol, a luz doirada
Nos odeia sem perdão
Porque bate na calçada
Mas não entra na prisão
Entre grades e mais grades
Passei dias sem que o visse...
Ó senhores, que crueldade!
E que tantas mocidades
Transformadas em velhice