Desporto

domingo, 21 de setembro de 2014

MARIA EMÍLIA FERREIRA - "Fado do Aljube"

O "fado do Aljube", gravado em 1929 por Maria Emília Ferreira, tal como o "Fado Abandono", da autoria de David Mourão Ferreira, cantado por Amália e que ficou conhecido pelo "Fado de Peniche", e alguns do Tristão como os "Lobos da Serra", desmentem a concepção fatalista, conformista, retrógrado e colaboracionista do fado, que  predomina na sociedade portuguesa, omitindo-se, por ignorância ou conveniência, as suas facetas satírica, humorística e denúncia sociopolítica.   Tal serve os propósitos dos revisionistas da cultura, também designados por progressistas, na sua sistemática sanha demolidora da identidade cultural dos portugueses, afim de, então, erigirem os alicerces culturais do "homem novo" compulsivo criador dos paraísos na Terra. Pelo Fado pode chegar-se ao Povo; conhecer os seus temores, as suas angústias, os seus amores e as suas esperanças. Para muitos, o fado é uma espécie de oração, um caminho para o além, este, afinal, objeto de poetas, filósofos ou simples místicos. O Fado, indelével característica identitária portuguesa, deve ser conhecido, enriquecido, partilhado e não ignorado. O Fado do Aljube, com os meus agradecimentos a Tia Macheta.
 
 
                       

5 comentários:

  1. Olá, gostaria de ter as letras, por favor. Você pode me ajudar? obrigado.

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  2. Olá, gostaria de ter as letras, por favor. Você pode me ajudar? obrigado.

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    1. Desculpe, mas só agora vi os comentários. Vou ver se consigo a letra. Acho que a tenho guardada.

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    2. Obrigado, para mi responde. eu espero as palavras da musica.

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    3. Desculpe só agora responder, mas não foi fácil conseguir a letra deste fado. Na interpretação não se percebe bem, e há muito pouca coisa escrita sobre ele. Aqui vai,

      Fado do Aljube

      Sobe a gente aquela escada
      E depois, sem luz nem ar,
      Como um fardo É atirada
      Lá p'ra dentro a soluçar
      Vem logo uma companheira
      Vem sentada ao nosso lado
      Diz o choro: é grande asneira,
      Pois não é dessa maneira
      Que se foge ao negro fado...
      É bem negro realmente
      Aquele Aljube arrepiante
      Onde a gente Sente o vício
      A cada instante
      A vibrar Dentro de nós
      No lugar do coração,
      Uma voz de maldição...
      Sem o sol, a luz doirada
      Nos odeia sem perdão
      Porque bate na calçada
      Mas não entra na prisão
      Entre grades e mais grades
      Passei dias sem que o visse...
      Ó senhores, que crueldade!
      E que tantas mocidades
      Transformadas em velhice

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