
Quanto a Cardozo, ficou claro que teria saído se o Fenerbace tivesse apresentado garantias adequadas. Porém, como foi possível desenvolver um esforço de negociação tão prolongado sem ter percebido a fragilidade financeira do comprador?, parece displicência!, porque não pediram informações bancárias antes de iniciarem as conversações?, é o tipo de coisas que não pode ocorrer, devido, sobretudo, aos elevados custos implícitos para a organização.
No que diz respeito ao afastamento de António Carraça, justificou-o com intromissões desestabilizadoras deste no balneário. Será verdade, mas não a verdade substancial. De facto, ao criar a figura de Diretor Técnico, afastou-se da equipa Técnica e introduziu um elemento desestabilizador, distorcendo a qualidade da comunicação e degradando a competitividade do grupo. A haver Diretor Técnico no Benfica, deverá ser uma figura de grande prestígio entre os adeptos, cuja presença por si só transmita a determinação do clube. Afinal voltou a fazer-se precisamente o contrário!, Filipe Vieira, ou não percebeu ou tem medo que lhe façam sombra. É este tipo de atitudes que o fragilizam junto dos adeptos.
Os elevados compromissos financeiros estão a destruir a competitividade da equipa; com Witsel, o final da época passada teria sido bem diferente. Sem Matic corremos o risco de repetir a dose!
Tem razão quanto aos sérvios; a escola sérvia é, efetivamente, excecional. Sou seu adepto desde há muitos anos. Desta fornada vão sair grandes craques; há que ter paciência.
No tema do Arouca perdeu a oportunidade de denunciar o atual quadro competitivo do futebol profissional que tende a nivelar por baixo a qualidade das equipas devido às disparidades orçamentais. O projeto de Mário Figueiredo que foi rejeitado pelos clubes, era muito bom para o desenvolvimento do futebol nacional.
Já no plano institucional revela grande prudência ao manter todas as vias em aberto. Tal poderá revelar tanto sagacidade como indecisão. Da política de relacionamento com o Sporting e o Porto não surgiram novidades, destacando-se o caso, já conhecido, da existência de contactos regulares com a estruturas administrativas deste. Relativamente à Olivedesportos mantém o critério económico como origem da decisão tomada relativamente aos direitos desportivos. Já quanto à Liga e à Federação, parece jogar nos dois tabuleiros; por um lado elogia Mário Figueiredo pelo empenho no cumprimento do seu programa, em particular pelo enfrentamento dos poderes instalados, por outro, elogia Fernando Gomes pela profissionalização da arbitragem e pela criação da casa das seleções. Esta, não me tinha ocorrido!, sempre me pareceu que deveria assumir, embora mitigadamente, a defesa do projeto de Mário Figueiredo ressalvando os interesses dos direitos desportivos do Benfica, e opor-se frontalmente ao consulado de Fernando Gomes até agora totalmente subjugado aos interesses portistas. Esta atitude associada à confiança que aparenta, parece revelar que pode haver algo mais no reino do futebol nacional, com vista à sua regeneração, do que se conhece. Quem sabe se não estará aí a motivação das renovação com JJ?, afinal todos sabemos que, com um pouquinho, só um pouquinho menos de erros grosseiros das equipas de arbitragem, a equipa do Benfica teria sido campeã nos últimos anos.
Há algo porém que gostaria de ver alterado na retórica de Filipe Vieira; o apelo à determinação em vez de à resignação. E que olhasse de frente sempre que o questionam. E, de ver mais benfiquistas no Benfica.
Boa vitória a desta noite.
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