Um Benfica avassalador até ao três zero, altura em que alterou o processo de jogo para passivo, suscitando a reação do Nacional, que, praticando um futebol de qualidade, fez o seu golo de honra proporcionando um excelente momento de futebol; remate fulminante de meia-distância, colocadíssimo, indefensável para Júlio César.
De facto, a equipa encarnada ostentou uma dinâmica coletiva, uma qualidade de passe e um sincronismo que baralhou totalmente os adversários, proporcionando três excelentes golos, em especial, o de Jonas - que não é inédito nele -, com poderoso e colocadíssimo remate à entrada da área a passe de Sálvio, inapelável para o guarda-redes adversário. Fantástico!
Ao contrário dos jogos com o Paços e o Rio Ave, desta vez as alas funcionaram bem, salientando-se a preciosa criatividade de Gaitan, bem como a precisão dos centros que efetuou e que renderam um bonito golo a Lima. Já o primeiro golo resultou de outra qualidade que esteve ausente nos jogos referidos atrás; a capacidade de recuperação coletiva. De facto, desta vez, ao perder a posse da bola, todos os jogadores encarnados recuperavam no terreno pressionando os adversários, para retomar o processo ofensivo interrompido. Foi na sequência de uma destas recuperações, por Gaitan, que num lance repleto de determinação, inteligência e técnica, surgiu o primeiro golo; um pequeno truque de pés de Sálvio retirou o defesa do lance enquanto o inteligente Jonas deu um passo atrás, desmarcando-se, abrindo a linha de passe ao colega e rematando cruzado de primeira. Bonito!, arte em movimento.
Depois, a equipa aliviou a intensidade, processo que não domina, e o Nacional, que sabe jogar, subiu no terreno, meteu gente no meio-campo e no ataque, marcou e ainda suscitou preocupação. Merecem os parabéns os nacionalistas pela postura que tiveram no terreno, com ambição e talento, proporcionando um bom espetáculo de futebol, que é o que os adeptos pretendem e pode salvar o futebol nacional.
Jonas e Gaitan estiveram em destaque, Lisandro fez bem a posição, e Sálvio também esteve bem, apesar de aparecer demasiadas vezes em zonas que não são as suas. Este esteve ainda muito bem num lance, bem na área adversária, em que inventou uma finta daquelas de que gostamos, porque raras e eficazes.
Julgo que não há nada a apontar a Carlos Xistra. Talvez no lance que referi anteriormente, o defesa do Nacional tenha cometido falta, uma vez que, sentindo-se fora do lance, impediu a progressão de Sálvio empurrando-o no peito com as duas mãos, simulando uma agressão inexistente.
Talisca lesionou-se, espero que sem gravidade, e poderia tê-lo evitado, se não tivesse encetado um lance pateta em que resolve desgastar-se, transportando a bola transversalmente, sem qualquer racionalidade.
Uma curiosidade; o autor do golo do Nacional parece que está emprestado pelo Porto, tal como, salvo erro, é o caso do Ukra, sendo esta uma estratégia corrente do nosso, agora, principal rival, a quem não basta o desempenho da sua equipa no terreno de jogo.
Venha o próximo!
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