
O problema de fundo, que urge enfrentar, reside na falta de capacidade financeira de grande parte dos clubes, que não lhes permite constituir com independência dos seus adversários, um plantel competitivo. E isto tem a ver com muitos fatores, desde a estrutura económico-financeira dos clubes, ao modelo de comercialização e distribuição das receitas dos direitos desportivos dos mesmos, até ao modelo de distribuição de receitas das competições organizadas pela UEFA e pela FIFA. A dinâmica em curso na europa, que consiste na criação de condições para a concentração competitiva nos grandes clubes, acabará por afastar os adeptos, cansados de verem as taças transitarem sucessivamente pelas mesmas mãos. Isto não ajuda ao futebol, visto que liquida a ambição e o sonho dos outros clubes e dos correspondentes adeptos, agravado pela recorrente proteção das equipas de arbitragem dos grandes clubes.
Parece-me que, a questão dos empréstimos, implica a imposição efetiva de critérios económico-financeiros mais exigentes aos clubes bem como a proibição de empréstimos entre clubes do mesmo escalão. É evidente que tal não resolve o problema da corrupção; basta a promessa de compra ou pseudo venda de atletas no final da época, o controle indireto dos fluxos financeiros ou a capacidade de influência dos órgãos desportivos, mas seria bem mais eficaz que as regras agora noticiadas.
Quanto ao resto, são casos de polícia; investiguem-se os indícios credíveis e proceda-se à acusação, julgamento e condenação, se for caso disso. Perdeu-se uma grande oportunidade com o caso do Apito Dourado, mas, finalmente, o caso em curso na FIFA, veio devolver uma nova esperança aos adeptos.
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