A normalidade competitiva da
equipa do Benfica ocorreria já na 2ª volta, após a 20ª jornada, na sequência de
dois desaires sucessivos; dois empates, um com o Moreirense outro com o
Farense. Demasiado tarde. O aparente otimismo de Jorge Jesus ao reiterar confiança
no primeiro lugar não convenceu os adeptos. O atraso era demasiado, 15 pontos!
Nesta altura, dada a boa campanha que o Braga vinha fazendo, a prioridade da
equipa do Benfica era de garantir o terceiro lugar e tentar o segundo.
Um novo deslize, desta vez com o Gil Vicente, confirmaria as
fragilidades já apontadas; se o título era uma utopia, o segundo lugar parecia
possível. Era, mas gorou-se quando foi necessário afirmá-lo no terreno. O
empate em casa com o rival direto comprometeu a derradeira oportunidade.
Quando chegou o momento do “ajuste de contas” com o grande rival, tudo
estava já decidido. Providencialmente decidido. Jogou-se a feijões; o travo amargo
da vitória só foi atenuado pela inviabilização do perseguido recorde pelo rival,
que ambicionava terminar o campeonato sem derrotas.
Na derradeira jornada, com horários providencialmente diferidos, haveria
Seferovic de perder a possibilidade
de vencer o troféu de melhor marcador. Muitos então se perguntaram, se o “Pote”
marcaria quatro golos ao Marítimo caso Seferovic
tivesse marcado três golos ao Guimarães.
De igual modo se foi a possibilidade de vencer a Taça de Portugal
quando, aos dezoito minutos de jogo, providencialmente, a equipa do Benfica se
viu reduzida a dez unidades.
Deixando, por agora de lado, todas as peripécias ocorridas nas margens
da competição, olhando para trás, até parece que todos os deuses se uniram para
tramar o clube da Luz. Ainda assim, pergunto-me qual teria sido a classificação
caso o Benfica tivesse sido “agraciado” com o mesmo número de penaltis que teve
o Porto, ou mesmo os que teve o Sporting. Igualmente faz sentido perguntar,
porque foi permitido ao Sporting competir com dois jogadores positivos ao teste
COVID efetuado pelo laboratório oficial. E por carga de água foi suspenso ad eternum, o castigo ao Palhinha, por
intervenção providencial de um juiz sportinguista em serviço no Tribunal
Administrativo do Sul (salvo o erro)? E porque raio de coincidência só foi
tornado público após o termo do campeonato, o incidente de Pote com doping, quando ainda militava no
Famalicão (salvo o erro)? É aqui que faz sentido perguntar se os campeonatos
são decididos nos campos de futebol ou nos gabinetes dos deuses onde a divina Providência
parece inspirar-se.
Peniche, 31 de Maio de 2021
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