A República Romana
Do Egipto ao Oriente
Uma vez no Egipto,
César decidiu dirimir o conflito real. Instalou-se com duas legiões e
oitocentos cavalos em Alexandria, no palácio dos Ptolomeus, suspendeu as hostilidades, nomeou árbitros e restaurou no
trono os irmãos-esposos. Aos segundos filhos do Auleta, Arsínoe e Ptolomeu, o
Moço, atribuiu os rendimentos de Chipre. Para si impôs uma indemnização de dez
milhões de dinheiros.
Repousava nos braços
da jovem Cleópatra - de 16 anos -, que se viu a braços com a insurreição dos
alexandrinos. Arsínoe e seu valido Ganimedes comandavam a rebelião nacionalista
que alastrara a toda a cidade. Alexandria era uma metrópole cosmopolita, maior
que Roma, que as forças de ocupação romana, devido à longa permanência,
adotaram juntando-se aos sediciosos.
Salvou César os
reforços que chegaram por mar; uma legião da Síria que tinha chamado, e
Mitridates de Pérgamo, filho do lendário Mitridates do Ponto, com um exército
multitribal.
Este desbaratou as
forças de Arsínoe, juntando-se-lhe César, que conseguira romper o cerco à ilha
do farol onde se refugiara. As forças egípcias foram aniquiladas em batalha ou
afogados no Nilo, incluindo o rei Dionísio.
César, de novo
magnânimo, exortou os egípcios a cultivarem a paz, deixando três legiões de
guarnição à capital. Entregou o trono à sua amada Cleópatra juntando-lhe o irmão
mais novo, Ptolomeu o Moço, mandou prender Arsínoe em Itália e anexou Chipre à
República.
Sanado o problema do
Egipto, que lhe ocupara todo o inverno de 47-48 a. C. urgia resolver os problemas
pendentes no Oriente, para depois fazer a limpeza final em África onde se
tinham reunido as forças de Pompeu.
Em cinco dias
resolveu o assunto; chegou, viu e venceu; entregou a coroa do Bósforo a
Mitridates como recompensa do apoio no Egipto, deu a Arménia ao rei da
Capadócia, puniu os aliados de Pompeu, regulou todos as questões pendentes e
regressou a Itália para os braços da sua Cleópatra, onde iria preparar a última
expedição a África.
Créditos a: História da República Romana, de Oliveira Martins
(Continua)
Peniche, 08 de Outubro de 2022
António Barreto
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