O
Fim de Pompeu
Vencido em Farsália, Pompeu pensou reorganizar as suas
forças e prosseguir a guerra em novos teatros. Desistindo da Síria que se
declarara por César, onde pretendia aliar-se aos Partos, rumou ao Egipto.
No Egipto reinavam,
desde 50 a. C., os filhos do Auleta; Ptolomeu Dionísio, com dez anos e
Cleópatra, com dezasseis anos, irmãos e esposos.
Ptolomeu expulsou
Cleópatra que se refugiou na Síria preparando-se para dar batalha ao
irmão-esposo, no Egipto.
Este, com Potino, seu
tutor, e o seu exército, aguardava em Pelusa
pronto a travar o passo à irmã-esposa.
Foi neste contexto
que chegou o trirreme de Pompeu fundeando junto ao promontório de Cásio.
Conhecedores do
resultado de Farsália, pensando inicialmente recusar o pedido de desembarque de
Pompeu, os egípcios, temendo o efeito que a sua presença produziria nas suas
forças, onde se tinham alistado militares romanos clientes daquele, resolveram
atrai-lo a uma cilada para o assassinar.
Um grupo de emissários
subiu a bordo e, amavelmente, convidou Pompeu a descer o escaler e ir à
presença do rei.
Apesar dos receios
de sua mulher Cornélia e de seu filho Sexto, Pompeu aceitou. De pé, à popa, ia
declamando, em grego, num tom triste, o texto que tinha preparado para ler ao
Rei egípcio.
Da tripulação do
escaler fazia parte Septímio, que Pompeu reconheceu da guerra da Arménia, em
que fora seu soldado. Septímio, silencioso, confirmou abanando a cabeça
afirmativamente quando lhe foi perguntado.
Regressara Pompeu à declamação quando o
escalar bateu na areia. Ao voltar-se para desembarcar, Septímio, friamente,
cravou-lhe a espada nos rins. Pompeu cobriu a cabeça com a toga e não opôs
resistência às estocadas dos restantes tripulantes jazendo agonizante na praia
ante os gritos angustiados de Cornélia e os soluços de Sexto, que tudo
presenciaram, impotentes. Era 28 de Setembro de 48 a. C..
César, que saíra de
Farsália em perseguição de Pompeu, não chegara a tempo a Alexandria. Quando lhe
trouxeram a cabeça do sogro e o anel com o selo seu conhecido, César voltou a
face e chorou com sinceridade.
Créditos a: História da República Romana de Oliveira Martins
A Morte de Pompeu
Peniche, 05 de Outubro de 2022
António Barreto
Sem comentários:
Enviar um comentário