Decide-se hoje o futuro do Benfica. Saúdo ambas as listas, pois apesar dos excessos emocionais de alguns candidatos, a campanha eleitoral foi um exemplo de cultura Democrática, tendo-se debatido publicamente os projetos dos candidatos em disputa, como é apanágio da cultura Benfiquista. Esperemos que o ato eleitoral decorra com a normalidade desejada e que, no momento seguinte, vencedores ou vencidos, nos unamos em defesa do Benfica, que é, também, um forte contributo para a consolidação da Democracia Portuguesa, hoje tão abalada.
O meu apoio vai para a lista A, apesar de reconhecer que tem que promover
alguns ajustes a vários níveis no seu projeto. De facto, a atual Direção
apresenta hoje uma acumulação de know-how relevante, que pretendemos de
excelência, na gestão económica, financeira , desportiva, administrativa e
social, apesar de todas estas áreas deverem ser revistas, optimizadas e
racionalizadas. Também o relacionamento institucional deve ser alvo de análise,
assumindo um papel ativo, multidisciplinar, na defesa dos interesses do clube.
Regozijo-me com o recente anúncio do termo da ligação comercial com a
Olivedesportos, quanto a mim, um cancro no futebol português, ao serviço do
mostrengo azul, que deve ser extirpado de uma vez por todas, a bem do desporto
nacional e dos clubes.
Infelizmente, a lista B, apesar de algumas ideias interessantes, não
apresentou um projeto consistente que permitisse vislumbrar o salto qualitativo
que ambicionamos para o nosso clube, enfermando de várias contradições e de
incontida hostilidade divisionista há muito detetada na blogosfera. É minha
convicção que, esta lista, atribui ao seu presidente candidato uma função
meramente representativa sendo o digníssimo Benfiquista, Fernando Tavares, o
verdadeiro mentor deste projeto. Tive oportunidade de analisar exaustivamente e
em toda a extensão as suas ideias para o nosso clube, em cinco crónicas que
publiquei no blogue Nova Geração que agora republico.
1ª Parte
Introdução: Esta entrevista é mais um motivo de regozijo
para os coordenadores do NG, que desta forma se está a converter num autêntico
espaço de debate aberto sobre o universo Benfica. Os meus parabéns. Oxalá os
colegas Benfiquistas correspondam a este esforço com o empenho que ele
merece.
Recebi a notícia da saída de Fernando Tavares do Benfica com grande surpresa,
deceção e preocupação, pois tinha a convicção de que estava a fazer um bom
trabalho nas amadoras. A parca explicação da Direção, aduzindo divergências de
ordem orçamental sem as quantificar publicamente, levantava a suspeita da
“marginalidade” de tal discordância. Fernando Tavares tinha lutado bravamente
pelo Benfica e a sua saída fazia temer o pior! De qualquer forma, é legítimo
pensar que, a sua saída, tenha provocado um retrocesso ou atraso no
desenvolvimento das modalidades.
Nesta entrevista, Fernando Tavares revela um profundo conhecimento das
estruturas desportivas e administrativas do clube e seus adversários, bem como
ideias claras de promoção do desenvolvimento das modalidades, demonstrando
sempre um amor incondicional ao clube, uma consideração ambígua pelos atuais
dirigentes e a assunção de erros próprios, sem se coibir de fazer a
identificação dos impedimentos ao crescimento competitivo do clube.
Tal postura, até porque se trata de uma pessoa de elevada competência,
deveria suscitar uma resposta séria dos Dirigentes, os quais deveriam ser
convidados pelo dono do Blogue a pronunciar-se, quer pelo respeito pelo
princípio do contraditório, quer pela necessidade de esclarecimento adequado dos
sócios, acionistas e adeptos. É assim que se consubstancia a Democracia que nos
é cara.
2ª Parte
Investimento marginal: Parece-me perfeitamente razoável
assumir um deslizamento moderado num orçamento se tal permitir aumentar
consideravelmente a probabilidade de sucesso. Os custos do insucesso serão
sempre muito maiores. Já tivemos exemplos bem dolorosos desta realidade.
Tomada de poder no clube e na SAD: É uma acusação
gravíssima, com destinatários definidos que não deve ficar por aqui. Refere-se a
altos funcionários não Benfiquistas que, assegura, têm agendas de boicote do
clube e da SAD impedindo o crescimento da sua competitividade desportiva global,
alegando que deveriam subordinar-se funcionalmente aos membros eleitos, devido à
maior legitimidade e empenho destes. Esta afirmação carece de demonstração cabal
e da consequente resposta dos visados, que têm todo o direito de se defender, e
nós, o direito de ser esclarecidos, visto que se trata de um tema fraturante,
que tem de acabar de uma vez por todas. Se por um lado compreendo o desconforto
e a suspeita permanente que paira entre Benfiquistas sobre uma Direção que
contrata para lugares-chave, profissionais adeptos de outros clubes, por outro
lado, também compreendo que a emotividade do dirigente-adepto conduz
frequentemente à irracionalidade e ao descalabro, tal como aconteceu com as
Direções anteriores à atual. Por mim, considero absurda tal acusação, na medida
que, qualquer projeto de tomada de poder num clube, só terá viabilidade se visar
o sucesso do mesmo. O que me importa é saber se as pessoas em questão cumprem
bem ou não a sua função. E é neste domínio que tal acusação tem que ser
sustentada.
Não esqueço o total descrédito e anarquia que se vivia no clube
anteriormente, nem a “deriva” que frequentemente se apodera dos “notáveis” que
se julgam “donos” e “fiéis depositários” do património cultural do clube,
julgando-se legitimados para condicionar a gestão corrente ou estratégica do
clube, acabando por a manietar, condenando-a irremediavelmente ao insucesso.
Devolver ao Benfica a sua grandeza, na atual conjuntura e após o descalabro, é
uma tarefa lenta e árdua, que exige o empenho de todos, cada um no seu posto.
Para bem do clube, é imperativo eliminar esta desconfiança de uma vez por todas,
reconciliando os Benfiquistas, sendo que, tal só será alcançável, com respeito
mútuo.
Autocrítica: Ao reconhecer que deveria ter envolvido mais o
Presidente do clube na sua gestão, demonstra a sua honestidade, mas também
levanta a ponta do véu! Fernando Tavares não gostou de ver reduzida a sua
autonomia em benefício de “um membro não eleito” nem de perder influência junto
do Presidente, opondo-se à cadeia hierárquica, indispensável ao sucesso de
qualquer instituição. Naturalmente, tudo terá ocorrido em circunstâncias de
grande tensão, desfavoráveis ao diálogo. Foi pena.
Confronto de ideias: Sem o afirmar abertamente, FT dá a
entender que o atual Presidente não estimula o debate de ideias, o que, a
verificar-se, é grave, visto que, este, estimula os colaboradores a
envolverem-se na identificação e resolução dos problemas com benefício da
instituição. Dispensar este contributo é um mau ato de gestão que, porém, não
pode pactuar nem com indisciplina ou com permissividade.
Estruturas e formação nas modalidades: Aponta a falta de
profissionalização destas estruturas como principal razão para o défice de
vitórias nas modalidades, bem como falta de aposta na formação no caso do
andebol, apesar do desinvestimento que se tem verificado nas equipas
adversárias; afirmação que parece revestir-se de grande pertinência. Ainda hoje
lamento a saída de Alexander Donner e lamento que FT, não o possa ter
esclarecido, deixando no entanto claro que se tratou de algo muito grave!
Medidas drásticas: A decisão que tomou de retirada do
Benfica na Liga de Basquetebol que terá provocado a implosão desta e propiciado
a ascensão do clube às vitórias nesta modalidade, é um exemplo do tipo de
medidas que, defendo, devem ser tomadas noutras modalidades, incluindo o futebol
sénior. Já quanto ao hóquei refere FT não ter tido apoio presidencial na
implementação do projeto delineado com Carlos Dantas, que devolveria ao clube a
hegemonia na modalidade, revelando-se surpreendido por algumas dessas ideias
terem sido implementadas posteriormente. É possível que assim seja, porém,
apesar do enorme respeito e gratidão que tenho por Carlos Dantas, percebi que o
seu ciclo tinha terminado no Benfica, quando declarou publicamente não saber
porque ganhava o outro clube, em vez de denunciar sem tibiezas as conhecidas “
más práticas da arte” em que é useiro e veseiro, para g´qudio geral.
Incidentes no Basquete: Ao reconhecer não haver inocentes
nos incidentes verificados no recinto do outro clube no jogo que decidiu o
título, FT está a responsabilizar os Atletas, Técnicos e Dirigentes do Benfica,
algo que repudio veementemente. Tal como me parece despeito, a censura que fez
do discurso do Presidente, referindo que teria feito melhor. Aqui esteve mal FT,
pois tratou-se de uma das raras ocasiões em que Filipe Vieira “pegou o toiro
pelos cornos”, algo que deveria fazer com mais frequência.
Venezuelisação: Tal como FT reconhece, trata-se de uma
expressão excessiva e infeliz, acrescento eu, por se tratar de uma referência
deselegante ao Presidente de um clube onde, ao contrário do que insinua, os
sócios exercem livremente a sua soberania nos atos eleitorais ordinários. Mais
uma vez, o despeito ganha terreno ao bom senso.
Estatutos: Partilho do ponto de vista expresso por FT e
considero que as condicionantes introduzidas para admissão dos candidatos
resultarão em graves prejuízos para o clube, embora reconheça a necessidade de
prevenir o aventureirismo ou a infiltração de agentes adversários. Tal como
refere, é um ultraje à tradição Democrática do clube.
3ª Parte
Intolerância: Refere FT com toda a razão, que a intolerância
prejudica o clube, atribuindo a responsabilidade desta atitude aos
“não-Benfiquistas, sendo porém bem conhecida semelhante intolerância dos
opositores aos Dirigentes atuais, não se coibindo muitos deles de recorrer à
ofensa pessoal ao mais alto membro do clube. Esta é uma matéria onde não há
inocentes, impondo-se uma urgente aproximação reconciliatória de todos em nome
dos superiores interesses do Benfica.
José Veiga: Folgo em saber do Benfiquismo, competência e
dedicação de José Veiga atribuindo-lhe coresponsabilidade na penúltima vitória
do campeonato. Desconhecendo as verdadeiras causas da sua saída, era óbvio que
os seus problemas com o fisco tornaram-no um alvo fácil para os adversários e
seus cúmplices, induzindo grande instabilidade em toda a organização do Benfica.
Terá que resolver em definitivo todos esses problemas antes de pensar no
regresso. No entanto fico apreensivo com a convicção com que refere que, a
continuar no clube, José Veiga teria, nesta altura, restituído ao Benfica a
Hegemonia no futebol. Como se pára um Proença, um Olegário, um Batista, um
Soares, um Elmano, etc.? Saberá José Veiga fazê-lo?
Comunicação: As considerações de FT devem ser objeto de
reflexão, embora as considere excessivas. Por outro lado é natural que os órgãos
de comunicação do clube o defendam e evitem envolver-se com quem confunde
crítica construtiva com insulto permanente. A idoneidade de quem critica é
condição para a desejada disponibilidade para o debate. Discordo frontalmente
das restantes considerações que FT faz sobre o tema. Não critico a estratégia de
discrição assumida pela Direção nem concordo com a acusação de protagonismo ao
Diretor de Comunicação, não me parece séria a acusação de controlo da
Comunicação Social nem é séria a acusação ao Presidente de não ser ele próprio a
escrever os seus discursos; é assim em todo o lado, dá as orientações, alguém
escreve e ele confirma. Francamente, lá está o despeito novamente disparando
implícito insulto.
O apoio a Fernando Gomes: Surpreendentemente FT revela
compreensão pela posição assumida pela Direção nesta matéria, não sem dar mais
uma “bicada” nos alegados “conspiradores internos”. Virá alguma boa surpresa a
caminho? Não tardaremos em sabê-lo.
Direitos Televisivos: Com idêntica surpresa restringe o
interesse desta temática ao valor em jogo, indicando como desejável a verba de
30 ME e ao direito de preferência da Olivedesportos! Discordo frontalmente;
quero ver essa gente fora de vez! Simbolizam a subjugação do Benfica e dos
Benfiquistas aos “bandidos” que destroem o futebol e ainda são elogiados!
Competência: É aqui que Fernando Tavares se estatela
estrondosamente! Ao atribuir a escassez de vitórias do clube exclusivamente ao
desleixo e falta de competência, revela, mais uma vez, o profundo ressentimento
que o domina! Ao contrário, é óbvio que o nível de competência global e setorial
no Benfica tem aumentado gradualmente, sendo inegavelmente fundamental torna-la
mais profunda e ampla, o mais rapidamente possível.
Por outro lado, a capacidade de investimento do outro clube resulta do “lugar
cativo” que tem na Liga dos Campeões e da influência que exerce sobre as
instituições desportivas, o que lhe permite alavancar o valor dos seus ativos
humanos, sobrevalorizando-os e tornando ordinárias estas receitas.
Veja-se o exemplo da época em curso; o outro clube, tem um orçamento de 109
ME, tendo contabilizado 50 ME de receitas na venda de atletas! Tal só é possível
pelo baixo grau de incerteza na prova, proporcionado pelos sistemáticos e fatais
“erros” de arbitragem de que beneficia e pela influência que detém na FPF, na
constituição da Seleção Nacional.
Como pode Fernando Tavares ignorar o suporte financeiro do outro clube,
proporcionado pelas suas fortíssimas ligações à banca e aos maiores capitalistas
de Portugal, que lhe tem permitido criar ao Benfica, as maiores dificuldades no
aumento da sua capacidade competitiva global?
Ignorar a influência de toda a panóplia de “investimentos” que vieram a lume
no processo do Apito Dourado, alegadamente, utilizados pelos dirigentes do outro
clube, não é sério!
Nem é sério afirmar que o sistema sempre existiu!
Nem é sério considerar que a competência é suficiente para vencer a
corrupção.
Nem é sério ignorar o suporte político de que beneficia o outro
clube!
Nem é sério afirmar que no outro clube se criou uma cultura de vitória,
quando pratica a intolerância, a violência, o condicionamento do desempenho dos
vários agentes desportivos por múltiplos e repugnantes processos.
Nem é sério afirmar que foram as Direções mais recentes que conduziram o
clube à “autodestruição”, quando se verificou precisamente o contrário.
Nem é sério afirmar o conformismo dos Benfiquistas com a falta de vitórias.
Nem é sério acusar a atual Direção de fomentar a propaganda! Pode exigir-se
mais debate interno, mais participação de Benfiquistas nos órgãos do clube,
maior competência, maior capacidade de intervenção externa, mas não é idóneo
suscitar a anarquia, a indisciplina, o insulto e a divisão de Benfiquistas!
Nem é sério estabelecer qualquer tipo de paralelismo entre “o sistema” dos
tempos de Eriksson e o atual! Não tem comparação possível!
Ao atribuir as vitórias do Benfica à ocorrência de mudanças de ciclo no outro
clube, contradiz-se, revelando falta de sagacidade e o já referido
ressentimento, na medida em que, reconheceu antes dever-se à competência a
última vitória do Benfica e ignora um facto óbvio; As vitórias de Benfica
ocorreram quando o outro clube perdeu influência na Liga! É ou não é? Claro que
é!
Da maior gravidade revestem-se estes pontos de vista proferidos por um
“Embaixador da Ética no Desporto” colaborando com o “Plano Nacional de Ética no
Desporto” a convite do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, público
admirador do outro clube e do seu presidente!
O que eu esperaria de um Benfiquista seria a recusa liminar da distinção ou a
exigência de efetivas condições de restabelecimento da ética no desporto…mas não
a “ética” do outro clube!
Espero pois que FT nos informe das condições que impôs ao Secretário de
Estado para aceitar a distinção, sob pena de considerar este, como mais um gesto
de cobertura aos métodos usados pelos dirigentes do outro clube, rejeitando
reconhecer a FT autoridade moral para criticar os atuais Dirigentes do Benfica.
4ª Parte
Rui Costa: Outro espalhanço total de FT! Todos os
Benfiquistas sem exceção confiam em Rui Costa! Todos os Benfiquistas sem exceção
sabem que Rui Costa rejeitaria qualquer ato de desconsideração fosse de quem
fosse! Todos os Benfiquistas sabem que Rui Costa não aceitaria ser mero
figurante na estrutura do clube! É para mim claro que o Presidente quis proteger
RC dos violentos ataques de que estava a ser vítima por parte dos dirigentes do
outro clube e prepará-lo para as tarefas de Direção. Por outro lado, Jorge Jesus
referiu-se, na recente entrevista que deu ao Record, à importância para o clube
do trabalho de scouting de Rui Costa (julgo que se trata da identificação de
jovens talentos nas regiões futebolisticamente relevantes; área em que
obviamente detém talento próprio).
Estrutura e formação: Apesar de FT apresentar ideias
interessantes, este é mais um domínio onde não me convence. Vejamos; deve ter-se
em conta a sua afirmação de necessidade de maior qualificação humana e melhor
orientação, tal como a sugestão de contratar um formador da melhor escola de
futebol, assim como a necessidade de criação de condições que permitam canalizar
para as equipas seniores os jovens talentos da formação.
Mas a formação é precisamente um setor onde a atual Direção tem feito um
trabalho a todos os títulos notável em todos, ou quase todos, os departamentos!
Não o reconhecer indicia má fé! Apontem-se melhoramentos, mas reconheça-se
mérito sob pena de auto-descredibilização! O aumento do número de internacionais
na nossa formação, ao contrário do que refere é um ótimo sinal do excelente
trabalho que se tem feito! FT, sabe perfeitamente que só os grandes talentos
podem aspirar ascender às equipas seniores, especialmente no futebol! Por essa
razão é que se têm cedido atletas para consolidação desportiva e se constituiu a
equipa B.
Ao sugerir a contratação de um formador da escola de futebol francesa para
formar os nossos Técnicos revela perspicácia e pragmatismo, no entanto,
reconhecendo a excelência da escola francesa não a recomendo, por razões
histórico-culturais que não vou agora desenvolver. A melhor escola de futebol
mundial é “nossa”, é brasileira; é este o futebol característico do Benfica;
espetáculo, virtuosismo, autoconfiança, ascendente mental sobre os adversários e
identidade cultural! Ficou demonstrado no passado e é o futuro!
Ficam-lhe muito mal as insinuações que faz sobre o Diretor da Academia
aludindo à sua qualidade de empresário FIFA, deixando no ar a ideia de que há
negócios ocultos. Se sabe ou suspeita de algo, diga-o com clareza, para que o
visado se possa defender e os adeptos ficarem informados. Assim não! Não é
sério! Um empresário FIFA não é necessariamente um bandido e é legítimo supor
que indicia conhecimento do processo mundial de formação, de capacidade de
movimentação nesse meio e de recrutamento de jovens talentos, tal como, aliás
reconhece FT!
Receita para o sucesso: Este é outro capítulo onde Fernando
Tavares me dececiona com um arrazoado de incongruências, demonstrando que o amor
e a dedicação ao Benfica por si só, não habilitam quem quer que seja para
desempenhar altos cargos no clube! Ora então vamos lá dissecar as suas
afirmações:
A cultura de vitória está de novo instalada no clube, graças ao paciente e
competente trabalho da atual Direção, após os desastrosos consulados de Manuel
Damásio e Vale e Azevedo. A cultura de vitória só é possível quando sustentada
em condições que a propiciem. É precisamente o que a atual Direção tem feito;
negá-lo é má-fé! Podem identificar-se erros, sugerir melhoramentos, discordar de
algumas opções, mas a trajetória de crescimento competitivo global é
inegável.
As graves e indecorosas acusações de “tachismo” no Benfica, carecem de
fundamentação; deve indicar quem são os tachistas e porquê; ou seja, deve
exemplificar onde falharam os respetivos desempenhos e mostrar a sua falta de
dedicação! Com tais acusações, Fernando Tavares está a dividir os Benfiquistas,
a lançar um grave labéu sobre pessoas que têm o direito ao bom nome e a fazer o
jogo dos dirigentes do outro clube. Não se faz!
Ao atribuir a razão do sucesso do outro clube à exigência de identificação
incondicional de todos os elementos da sua estrutura e a uma cultura de ódio ao
Benfica, revela desconhecer a realidade profunda, que nos entra pelos olhos
dentro, descredibilizando-se! O fortíssimo apoio económico e político de que
disfruta e que está bem expresso na constituição dos seus órgãos sociais é que é
a razão do miserável sucesso! Tivemos recentemente três grandes demostrações
desta realidade; a receção provocatória ao Pinto por deputados da Nação em plena
Casa da Democracia, Os elogios públicos à mesma personagem do Secretário de
Estado do Desporto e Juventude, a viagem conjunta à Polónia, paga pela FPF, de
membros da FPF, do Governo, do Pinto e do seu staff; a nomeação do Proença para
partidas de alto nível na UEFA!
A atual Direção tem divulgado como nenhuma outra por múltiplas formas a
grandeza do clube; ele são as homenagens nas galas, é o programa Vitórias e
Património, é o departamento de restauro de troféus, é o patrocínio de várias
publicações alusivas ao clube e a atletas, é o Torneio Eusébio, é a criação de
uma TV própria de raiz e a sua internacionalização, é a expansão do número de
associados, etc. Ignorá-lo não é idóneo!
Mas concordo quando refere que não podemos tolerar os enxovalhos que têm sido
praticados contra o nosso clube, com mais competência sim; com mais participação
sim; com mais ambição aceito, mas…com mais união e mais mobilização na denúncia
e combate sem tréguas aos “ladrões” e seus cúmplices onde quer que se
encontrem.
Para que nos possamos defender com eficácia dos nossos “inimigos”, é para mim
claro desde há já muito tempo que os Benfiquistas têm que ter expressão
política, já que os poderes instituídos são “cúmplices” na pouca-vergonha que se
vive no desporto em Portugal. Este é que é o caminho!
5ª Parte
O Futuro: A divisão dos Benfiquistas, fomentada pelos
dirigentes do outro clube, é um facto com responsabilidades de ambos os lados!
Aqui não há inocentes! A intolerância está nos dois lados sendo que um deles
está legitimado por sufrágio eleitoral e o ressentimento do outro impede-o de o
aceitar negando aquela que considera ser a maior virtude do clube! Criou-se o
nefasto mito de que o Benfiquista autêntico é o que contesta e não é bem assim!
O Benfiquista coloca o clube acima de todos os interesses, contesta com
racionalidade e respeita os órgãos do clube! Nada de confusões!
Porque acusa FT a atual Direção de propaganda? Quer que faça o quê? A
apologia dos adversários? Propaganda da oposição que não tem hesitado em lançar
mão do insulto e graves insinuações pessoais? A Direção tem todo o direito e o
dever de dar a conhecer os seus propósitos e de defender os seus pontos de
vista! Já há demasiados detratores entre os adversários!
Como pode FT assegurar “o crescente afastamento de milhares de Benfiquistas”
se o número de sócios tem aumentado continuamente? E como pode assegurar que os
que, eventualmente, abandonem o clube, são, efetivamente Benfiquistas? Em que
consiste a alegada perseguição de que acusa a Direção? Qualquer elemento é livre
de aceitar as diretrizes dos órgãos eleitos ou sair, com fez FT! Qual é o
problema? O Benfica não pode ser uma Arca de Noé nem uma Torre de Babel! Foi
essa uma das razões do desastre!
Então Fernando Tavares não sabe o que fazer? Se há tantos Benfiquistas
discordando, basta-lhe promover uma oposição consistente, elaborar um projeto,
um plano de trabalho, agregar todos os descontentes à sua volta e apresentar-se
a sufrágio, ou apresentar um candidato! Não é assim que se faz em Democracia?
Claro que é! O que um Benfiquista nunca deve fazer é anavalhar o clube pelas
costas!
Já todos sabemos que são as vitórias que consolidam e promovem a expansão de
um clube, no entanto, a atual Direção conseguiu o “milagre” de aumentar
substancialmente o nº de sócios apesar dos escassos sucessos desportivos,
porquê? Porque os simpatizantes do clube reconhecem o bom trabalho que tem sido
feito e sabem que a míngua de vitórias se deve ao lamaçal em que tornou o
futebol Português! É ou não é? Claro que é!
O atual estado lamacento do futebol, combate-se com união, com coragem, com
inteligência e com disciplina identificando corretamente os “inimigos” do clube,
propondo ações idóneas de consolidação e crescimento e não com insultos sórdidos
de natureza pessoal e profissional aos Dirigentes! Isso é o que fazem os
“inimigos” do Benfica! Já chega!
Como se atreve Fernando Tavares a reconhecer o bom trabalho feito pelo atual
Presidente depois de todas as acusações que lhe acaba de fazer? Os “tachistas”
que refere não estavam no clube já no primeiro mandato? E nos mandatos seguintes
não fez nada bom? Ora valha-o Deus!
A respeito de Bagão Félix; fez bem em recusar porque não tem perfil para
Presidente do Benfica, apesar do seu extraordinário amor ao clube e da sua
enorme competência. As suas qualidades humanas são incompatíveis com o mundo
aviltado do futebol. Porque não percebeu isso mesmo Fernando Tavares?
Unidade: A unidade dos Benfiquistas dentro e fora do clube,
não só é possível como indispensável! O Benfica tem que constituir e consolidar
uma rede solidária e leal de Benfiquistas da grande transversalidade e
verticalidade social dispostos a defender o clube, cada um no seu posto.
Afirmar que há uma cultura de derrota no Benfica atual é um ato de má-fé
fortemente divisionista. É mentira! Ninguém no Benfica se conforma com as
derrotas!
Eleições: Outro percalço de FT! Evidentemente que eleições a
meio da época desestabilizam toda a estrutura desportiva afetando a
competitividade de todas as equipas. Por isso devem sempre ser realizadas entre
épocas!
Prioridades: Novo trambolhão de Fernando Tavares que ainda
não compreendeu a nova era do futebol nacional, europeu e mundial! O futebol
industrializou-se e os clubes empresaliarisaram-se! Foi esta a razão da
constituição das SAD! Só o futebol amador não é empresarialisado! Ignorar esta
realidade equivale a meter a cabeça na areia!
Primeiro os resultados, depois a marca? Os bons resultados só serão possíveis
otimizando todas as vertentes com impacto na competitividade, incluindo a
maximização das receitas que a marca proporciona. Assim é que é!
A estratégia de marca está a sufocar o produto? Faz favor; a expansão da
marca está a proporcionar o aumento da competitividade global do clube!
Concordo com a prioridade às vitórias no campeonato, mas um dos fatores que
proporciona estas vitórias é o financiamento direto e indireto que provêm das
boas campanhas europeias, residindo precisamente aqui uma das maiores vantagens
do outro clube que tem tido lugar cativo na Liga dos Campeões! Portanto, sem
financiamento não há vitórias no campeonato e sem boas campanhas europeias não
há financiamento.
Mas em que mundo vive Fernando Tavares?
Projeto ganhador:
Realmente o depoimento de Fernando Tavares é deploravelmente incoerente! Então depois de dizer antes que o Benfica não está em reconstrução diz agora que necessita de uma “limpeza interna”? Então depois de discordar das recentes alterações estatutárias denuncia os Benfiquistas de aviário que, segundo ele integram a estrutura do clube? Então como é que alguém mesmo de aviário, pode ter uma agenda de poder sustentada na incompetência e no insucesso? Ora valha-o Deus.
Conclusão:
Parabéns aos responsáveis por esta entrevista pois permitiram-nos conhecer os fundamentos dos opositores da atual Direção.
Quanto a mim, foi uma profunda deceção na medida em que Fernando Tavares está
muito, mas mesmo muito longe de compreender o futebol e o Benfica, apesar de
apresentar algumas boas ideias, revelando um profundo e compulsivo ressentimento
contra atual Direção que o descredibiliza. Reivindica a legitimidade do
escrutínio, mas não revela o respeito que os elementos dos órgãos legitimamente
constituídos merecem, servindo, mesmo que involuntáriamente, de inspirador do
divisionismo entre Benfiquistas que tanto para gáudio e proveito dos nossos
adversários, que tratam de o alimentar incessantemente!
AB
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