Desporto

domingo, 27 de outubro de 2013

BENFICA - NACIONAL (2-0)


Um bom resultado contra uma equipa tradicionalmente difícil, que veio à Luz jogar o jogo pelo jogo e que por isso mesmo, merece as minhas felicitações. Fizessem o mesmo todas as outras e ganharia a Liga outra dimensão.

Destaco desde já a postura inabitualmente cordial das gentes do Nacional dentro e fora das quatro linhas, desde logo, por parte do seu Treinador, Manuel Machado, pela racionalidade das suas declarações  e pelo significativo abraço que trocou, no final, com Jorge Jesus, pondo termo a um desconfortável desentendimento. Bonito!; parabéns a ambos.
 
De facto, contra o habitual nos jogos da Luz - ver o jogo com o Belenenses -, o Nacional apresentou-se muito afoito, ocupando muito bem todo o terreno, em pressão alta, com amplitude e profundidade, num futebol muito dinâmico, solidário e cheio de intencionalidade. Frequentemente colocava 3 a 4 homens na frente de ataque, apoiados por uma 2ª linha de 2, 3 homens de recuperação, pressionando de imediato e de muito perto a saída do Benfica. Muito bem.
 
Bem se percebe a ideia; o Nacional, tal como fez o Estoril de Marco Almeida na época anterior, procurava tirar partido do desgaste físico provocado nos jogadores do Benfica no anterior jogo da LC. Desta feita porém, a equipa da Luz reagiu melhor revelando maior solidez defensiva, graças, sobretudo, às ações de Artur e de Luisão e, finalmente, melhor posicionamento e consistência no meio-campo de onde Enzo Pérez nunca deveria ter saído e onde Matic teve uma atuação mais consentânea com o seu valor, quer recuperando, quer participando em ações ofensivas.
 
Na frente, Cardozo, recuperada a confiança, revelou mais uma vez o que é; um farol e um finalizador de excelência que modela todo o jogo da equipa. Lá pudemos ver Gaitan em subida de forma, tendo-nos brindado com lances de fino recorte, que os amantes de futebol tanto apreciam, como foi o caso da assistência para o 2º golo, finalizado com grande classe por Cardozo. Certo, que ainda não vimos nas alas o dinamismo e profundidade da época anterior, porém,  o estreante Ivan Cavaleiro, com a sua generosidade e talento ainda na fase potencial, mostrou que podemos contar com ele para o efeito, conforme ficou demonstrado em alguns lances em que "pôs a cabeça em água" aos adversários. 
 
Os jogadores do Benfica estiveram à altura do jogo, revelando maior consistência e confiança, acabando a gerir o resultado com eficiência - o que lhes é raro - acabando por merecer o aplauso dos adeptos. Destaco o desempenho de Artur Morais que garantiu a inviolabilidade da baliza rubra com 4 defesas de grande categoria - tiro o chapéu aos homens do Nacional -, de Luisão, que esteve soberbo sobretudo no jogo aéreo, numa defesa onde Máxi se apresentou em subida de forma e Siqueira mostrou classe com a soberba finalização, a passe não menos soberbo - estilo vólei - de Cardozo. 
 
Efetivamente, já conseguimos ver uma equipa e algum talento. Há que dar continuidade a este trabalho lembrando que eficiência rima com consistência.

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