Desporto

domingo, 27 de outubro de 2013

RETIRADA OU FUGA?

 

Os preparativos para a retirada de Pinto da Costa são perceptíveis desde há muito; o casamento no Brasil com a sua atual esposa indicia isso mesmo - afinal, ainda está bem viva na memória pública o caso do seu anterior matrimónio por muitos considerado de conveniência, por facultar argumentação jurídica em sua  defesa dos processos de que foi alvo -, tal como o indicia a recente homenagem da Câmara de Gondomar, a que se seguirá a inevitável homenagem da Câmara do Porto pela mão do indefectível Rui Moreira.
 
Percebe-se que a PC falta disponibilidade física para continuar a tenebrosa tarefa que tem levado a cabo no desporto - afinal isto cansa -, convertendo-o em arena política dissimulada, instaurando um clima de deslealdade e confronto permanente com a população dissidente. Talvez por influência de Rui Rio - recentemente convertido à causa da regionalização -, os regionalistas do norte, tenham finalmente percebido que é mais eficaz defender a causa com lisura, honradez, respeito e firmeza; talvez vejam em Rui Moreira capacidade para a promover, iniciando um novo ciclo com estilo mais condizente com os valores democráticos. Veremos. Por mim, tenho tanta confiança em RM como em PC, mas admito que possa haver uma alteração metodológica e gostaria que assim fosse.
 
Por outro lado, instalou-se entre a generalidade da população, a convicção de que PC tem sido poupado a investigações judiciais em matérias várias e beneficiado de tratamento preferencial da estrutura judicial, precisamente por ser Presidente do FCP. PC, tem-se servido do escudo institucional proporcionado pelo clube para cometer toda a espécie de excessos que lhe têm sido publicamente atribuídos. O resultado traduz-se na decadência do futebol pelo progressivo descrédito induzido e na descredibilização da Justiça e do próprio regime, já de si moribundo.
 
Paira no ar a ideia de que, a verificar-se, trata-se de uma ato preventivo face à possibilidade de, numa eventual nova acusação a PC, não ter por certa a  habitual impunidade. Paira no ar a ideia de que há muita gente de consciência pesada e que se sente insegura, gente que, não tendo tido coragem para se demarcar e, ou, fazer funcionar a justiça adequadamente, anuiu a proporcionar uma saída discreta mas minimamente digna a quem tanto mal tem feito ao país desportivo, transformando em odiosa uma causa que pode ser virtuosa. Que outro motivo poderá levar uma pessoa a abandonar a terra à qual dedicou a vida, com tanto sucesso, mesmo que relativo? Sim, pode ser um indício de que algo está, efetivamente, a mudar. A ver vamos.
 

Pinto da Costa antecipa retirada

Presidente dos dragões prepara saída antes do final do mandato (2016) para viver no Brasil.  Corrida à sucessão já começou
 
Por:António Pereira (CM de 26.10.2013)

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