Parabéns Benfica
A vitória da passada
sexta-feira sobre o rival do norte foi, para mim, um feito histórico do Benfica
“moderno”. E foi um feito histórico porque o clube encontrou-se consigo mesmo,
com a sua cultura, com a sua força, com o seu talento, com a sua determinação.
Sem constrangimentos mentais ou materiais, o Benfica bateu-se, sem medo de
querer ganhar, sem medo de perder.
É este o “meu”
Benfica, o que perfuma os relvados da Europa e do mundo com a sua arte, a arte
de jogar futebol, encantando adeptos e adversários, granjeando respeito e
admiração geral.
E é isto que alguma
gente não percebe; que mais que ganhar, interessa a forma como se ganha, a
forma como se está no desporto, que não deve ser, nunca deveria ser uma guerra,
para atenuar frustrações da vida, alimentar ideias de grandeza patológicas ou
simplesmente servir de compensação de contornos políticos.
O Benfica ganhou
porque foi igual a si próprio, planeando, trabalhando com competência e união,
a tempo, para o objetivo assumido de ganhar, de cabeça levantada, olhos nos
olhos, com respeito mas sem medo.
Cabe aqui recordar
Eusébio, cujas distintas qualidades atléticas eram mobilizadas por uma superior
força mental; embevecido perante a constelação de estrelas que constituíam a
equipa do Real Madrid, de que se destacavam Di
Stefano e Puskas, o jovem Eusébio - de vinte anos -, não perdeu a vontade
indomável de ganhar; “mas eu queria ganhar”, confessou-nos ter pensado, há não
muito tempo.
E é este, quanto a
mim, o seu principal legado, que deveria ser recordado no clube, espalhando
pelos locais estratégicos do estádio esta sua singela e sincera recordação.
Rui Costa conheceu
esta força, viveu-a - foi escolhido pelo Pantera Negra, para as escolinhas do
clube -, pisou os grandes relvados da Europa e do mundo, ao serviço dos seus
clubes e da Seleção nacional, por onde espalhou o génio tranquilo e perfumado
do seu futebol, conquistando títulos, deixando um rasto de admiração e respeito
que perduram no tempo, graças também à cordialidade e respeito que sempre
demonstrou ter por todos; colegas, técnicos, dirigentes, adeptos, etc.
O Benfica renasce
pela mão de um dos seus “filhos”, que, francamente, julgava transviado,
enredado na retórica das obras, do “já ganhámos muito”, do “não podemos ganhar
sempre”, do “ os outros também têm que ganhar”, do “mais tarde ganharemos
muito”.
Era nisto, afinal
que consistia a “refundação do clube”, planeada pela Direção precedente; o
conformismo e a solidariedade populista.
Mas o Benfica ganhou
também por outra surpreendente razão: a equipa de arbitragem foi o que sempre
deveria ter sido; capaz de interpretar e aplicar as leis do jogo!
Francamente não
estava à espera, sobretudo depois de saber quem seria o VAR, o conhecido e
“azarado” Tiago Martins.
Recordo os dois
campeonatos precedentes, o último, em que, contra o mesmo adversário, nos dois
jogos, foram anulados dois golos ao Benfica por fora de jogo, um por 4 cm,
outro por…2 cm, e o anterior – 2020/2021 - em que nas 32 primeiras jornadas o
Benfica tinha assinaladas a seu favor zero penaltis! Zero, enquanto este
adversário, no mesmo período já contabilizava 15 - ou 16!
O caminho é este;
parabéns Benfica, parabéns Rui Costa, parabéns Roger, parabéns equipa.
Vamos em frente e
seja o que Deus quiser, mas que ninguém diga ou pense sequer, que o Benfica tem
medo.
Nós, adeptos,
estaremos ao vosso lado; lembrem-se disso quando enfrentarem os adversários;
batam-se por vós e…por nós, que somos a alma do clube.
Peniche, 23 de Outubro de 2022
António
Barreto
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