segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Insustentabilidade do futebol espanhol (e português)
Modelo econômico põe em risco maior parte dos clubes espanhóis:
(Em "O Povo online em 28.12.2012)
Os clubes espanhóis, salvo Real Madrid, Barcelona e talvez o Athletic Bilbao, correm o risco de fechar suas portas em consequência do atual modelo econômico da Liga Espanhola. O alerta foi feito pelo economista José Maria Gay de Liébana, que é professor da Universidade de Barcelona.
Em uma entrevista à revista espanhola Offside, o economista analisou a situação do futebol espanhol comparado com as ligas de Alemanha, França, Inglaterra e Itália. Em todos estes países, Liébana assegurou que os gastos dos clubes superam as receitas.
No entanto, o modelo espanhol foi considerado mais nocivo por conta de sua divisão desproporcional das cotas de TV entre os clubes. Os recursos da televisão podem corresponder, no país, a até 38% das receitas dos clubes.
Na Inglaterra, o Manchester United ficou na temporada atual com 13,1% de todo o valor pago pela TV. Já na Espanha, Barcelona e Real Madrid ficam com 49,3%, muito acima do Valencia que fica com 6,5%.
- A Espanha é o país com a pior divisão de receitas oriundas da TV. O problema radica na forma como o dinheiro está concentrado em alguns clubes, pois cada um negocia em separado. Não pode o Valencia receber menos em direitos de transmissão que o Wigan, que luta para não cair na Inglaterra - explicou o economista.
Liébana lembrou como o Campeonato Espanhol era mais equilibrado antes da nova forma de divisão dos recursos.
- O Villarreal conseguiu ser vice-campeão e o Valencia foi campeão. Hoje o Valencia comemora o fato de ter sido terceiro colocado em três temporadas seguidas - resume o professor.
O economista também criticou a forma como a Liga de Futebol Profissional da Espanha tenta expandir a sua marca para o mundo. Liébana acredita que os espanhóis estão buscando se firmar primeiro no mercado errado.
- A centralização dos esforços deveria ser para vender a Liga para os Estados Unidos e o Japão, onde as pessoas têm muito mais poder de compra que na China - analisou.
domingo, 30 de dezembro de 2012
Moreirense- Benfica (1-1, Taça da Liga)
Nunca pensei; dois penaltis favoráveis ao Benfica no mesmo jogo arbitrado pelo inefável Cosme Machado? Hum!
Gostei do novo estilo de marcação de penaltis do Cardozo, altamente desmoralizador do guarda-redes adversário. Gostei da diversificação dos marcadores destas faltas, mas não da execução; na próxima, Lima não falhará. Pareceu-me em fora de jogo o lance do golo do Moreirense.
Moreirense motivado, Benfica a gasóleo chinês, na reserva, fruto dos festejos natalícios...
Ah, aquilo é um campo de futebol de Primeira Liga, onde os clubes investem muitos milhões de euros?
Estes campinhos favorecem a competitividade do futebol português?
Tudo ao monte e fé em deus?
Vou ali e já venho!
Ah, aquilo é um campo de futebol de Primeira Liga, onde os clubes investem muitos milhões de euros?
Estes campinhos favorecem a competitividade do futebol português?
Tudo ao monte e fé em deus?
Vou ali e já venho!
Tenham mas é Juizo e organizem uma Liga como deve ser!
AB
Prémio Zaratustra
O Conselho de Administração do
Zaratustra - eu mais eu - decidiu em reunião extraordinária à pressa, atribuir
por unanimidade, o prémio “Polidor de 1ª Classe” ao “fossilizado” jornalista Sr Vitor
Serpa, pela excelsa clarividência revelada pelo grupo de trabalho que dirige ao
atribuir o prémio “Homem do Ano” ao Sr. Pedro Proença!
De facto, com esta distinção, o
histórico diário mostra ao mundo desportivo o caminho do futuro: a essência do
futebol não está, como erradamente se pensava, nos Atletas, nem nos Técnicos,
nem nos Dirigentes, não senhor! A essência do futebol está em quem decide os
jogos e os vencedores das provas; qual ponta-de-lança, qual armador-de-jogo,
qual central, qual guarda-redes, qual treinador, se um só homem, sem grande
esforço, pode sintetizar tudo isto?
Essa omnipotência é reconhecidamente
um atributo do Sr. Proença, que, assim, muito justamente, vê reconhecido o seu meritíssimo
mérito. Porém, convém não esquecer que tais poderes deverão, sempre,
salvaguardar os interesses dos digníssimos “cruzados”, critério tão criteriosamente
garantido pelo impagável Sr. Proença ao longo dos seus muitos anos de brilhante
carreira ao serviço de tão digníssima causa, tal como, aliás, é caso do Sr.
Serpa e do seu, agora, jornaleco.
"POLIDOR DE 1ª CLASSE"
Além desta magnífica foto para emuldurar no seu belo escritório Zaratustra oferece ainda ao distinto Diretor esta belíssima canção:
AB
sábado, 29 de dezembro de 2012
XEQUE-MATE
Entre Benfiquistas, há muito se
defende a integração do seu clube na Liga Espanhola, desesperançados da vontade
e capacidade das estruturas nacionais, desportivas e políticas, de promoverem a
regeneração do desporto nacional, contaminado pelo “fundamentalismo cruzado”.
De facto, os grosseiros e
decisivos erros de arbitragem continuam
a suceder-se, sempre com o mesmo beneficiário direto ou indireto, que assim
adquire vantagem sobre os adversários, proporcionando-lhe o acesso a avultadas
receitas e a um elevado nível competitivo
alavancado pelas compulsivas arbitragens “amigas”.
Quem está atento às movimentações
do xadrez político percebe sem dificuldade que tal se deve à conversão do clube
“cruzado” em agente político de caciques regionalistas com forte influência
económica, política e judicial no país, razão primeira e última da inação de
quem tem o dever de garantir a lealdade e transparência das competições
desportivas.
Para cúmulo, assistimos
impotentes aos apoios financeiros e institucionais continuados, mais ou menos
camuflados, ao clube “cruzado”, como se este fosse um desígnio nacional, e ao
financiamento indireto e forçado, pelo Benfica, dos seus adversários, em virtude do seu enorme
potencial económico, do qual, paradoxalmente, retira exíguo proveito.
Por outro lado, na sequência das
declarações dos responsáveis de vários clubes da liga Belga e até do
ex-Presidente do Barcelona Joan Laporte, no
atual contexto do futebol europeu, também o futebol Português está condenado à
irrelevância face à incapacidade de gerar receitas que permitam aos seus clubes
ombrear com os seus congéneres europeus.
A entrada maciça de avultados
capitais do setor energético no futebol, tem conduzido a uma espiral de custos
operacionais cujas consequências acabarão por se fazer sentir de
forma dramática, traduzindo-se na elitização crescente deste desporto, outrora
“do Povo”.
Por tudo isto, é hora do xeque-mate! Os dirigentes do Benfica deverão
considerar a viabilidade do pedido de adesão do clube à Liga espanhola, onde
poderá capitalizar todo o seu potencial financeiro, equivalente ao dos grandes
clubes europeus, esvaziando uma Liga apodrecida pela corrupção. Veremos depois a côr do riso do pintinho.
AB
Extratos da comunicação social:
Standard Liège ameaça deixar a Liga belga
Por SAPO
Desporto (26 de Dezembro de 2012)
O clube quer
ajudar a criar uma liga conjunta entre belgas e holandeses.
O Standard
Liège exige a criação de uma liga conjunta entre Bélgica e Holanda para
continuar no seu campeonato belga.
A revelação
foi festa esta quarta-feira pelo dono do clube, Roland Duchatelet. «Sem a
criação de uma Beneliga [a designação para o campeonato que reuniria os clubes
de Bélgica e Holanda], o futebol belga vai cair de morte natural. Se tal não
for aprovado, vamos pedir para aderir ao campeonato francês. Legalmente é
possível se os clubes franceses estiverem de acordo», avisou o empresário.
A proposta de uma liga conjunta
entre os dois países - que já organizaram em parceria o Euro2000 - é um tema
que tem sido discutido nos últimos anos, mas nunca foi formalizada uma proposta
oficial.
«Recusar esta Beneliga seria má
gestão. Anderlecht, Club Bruges, Ajax e PSV Eindhoven também estão de acordo»,
frisou.
Zero-Zero.pt (2012.11.23)
Joan Laporta, ex-presidente do Barcelona, assume que
se podia criar uma «Liga ibérica», onde jogariam Benfica, FC Porto e Sporting
com o Barcelona e o Real Madrid.
«Que seria da Liga espanhola sem o Barça ou o plano inverso? Além disso
é uma Liga [n.d.r Liga espanhola] que está centrada no Barça e no Real Madrid. Então apenas teriamos que ter a
inteligência e procurar uma fórmula. Assim, jogaríamos uma Liga da Confederação
ibérica», disse o antigo dirigente, em declarações à Antena 1.
Laporta explicou assim as suas ideias sobre a importância do clube catalão
no futebol do país vizinho.
Jornal Económico:
António Freitas de Sousa
13/12/11 20:32
13/12/11 20:32
presidente da Câmara
de Gaia disse hoje que se FC Porto, Benfica, Sporting e Braga jogassem em
Espanha "rapidamente se transformariam em grandes empresas".
"Se o FC Porto,
Benfica, Sporting e Braga fossem jogar no campeonato de Espanha, rapidamente se
transformariam em grandes empresas", disse o presidente da Câmara de Gaia,
Luís Filipe Menezes, no seminário 'Portugal 2012: os desafios do Orçamento de
Estado', organizado pela Ernst & Young, em parceria com o Diário Económico.
Afirmando não deixar
de ser português por confirmar uma visão iberista da economia, Menezes disse
que a dimensão do mercado ibérico rapidamente faria com que aquelas quatro
empresas passassem a ganhar enormes proventos em mercados internacionais -
nomeadamente em mercados emergentes como a China; e que, paralelamente, as
cidades que albergam aqueles clubes sentiram o que é serem palco de grandes
acontecimentos desportivos. Ainda em termos da dimensão do país, Luís Filipe
Menezes afirmou que a Península Ibérica "é o nosso mercado natural":
"São 67 milhões que, para o edil de Gaia, não tinham qualquer sentido -
numa altura em que 'venderam' ao país que o seu mercado potencial seriam os 500
milhões de habitantes do continente europeu.
Petição Queremos o Benfica na Liga Espanhola em 2012/2013
Para: Presidente da Liga Portuguesa de
Clubes e do Sport Lisboa e Benfica
Para os que querem o Benfica numa competição mais forte.
Para os que não querem o Benfica no campeonato nacional. Para os que acreditam
que o Benfica devia ombrear com Barcelona, Real Madrid, Sevilha, Villareal ou
Atlético de Madrid. Para os que gostavam de ver o Benfica a ombrear com clubes
mais fortes. Para os que acham um desperdício ter esta equipa a jogar em
Portugal. Para os que não querem desperdiçar a oportunidade de ver o Benfica
fora de Portugal. Para 6 milhões de benfiquistas. Para 4 milhões de
anti-benfica. Para os que sabem que Nolito, Garay, Gaitan, Rodrigo, Cardozo,
Maxi Pereira, Javi Garcia, Aimar ou Saviola dominam perfeitamente a língua
espanhola e que não teriam dificuldades de adaptação. Para os que dizem que
Jorge Jesus é capaz de falar melhor espanhol do que português.
Esta é uma petição para que o Benfica dispute a época de 2012/2013 na Liga Espanhola.
Esta é uma petição para que o Benfica dispute a época de 2012/2013 na Liga Espanhola.
Contamos com todos.
Os signatários
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
O sininho do pintinho
Estava ufano o pintinho
Tocando o alegre sininho
No átrio da comissão,
Sem vestígios de ladrão!
Embevecidos anjinhos
Olhando conchegadinhos
Ouviam com emoção
Não vislumbrando ladrão!
Bailava o feliz badalinho
Afagando com carinho
A saia, sem dar trovão
Nem incomodar ladrão!
Todos muito contentinhos
Mostram aos humildezinhos
Tão ditosa transformação,
Desaparecendo o ladrão!
Na caixa muitos eurinhos
Pagam muitos cafezinhos;
Que grande satisfação,
Pois não se avista ladrão!
Ignoram os amiguinhos
Que tenebrosos caminhos
Não iludem o povão,
Que sabe quem é o ladrão!
Esquecem os confradinhos,
Com hipocritas sorrisinhos,
Que os que ficam ao portão,
São tão bons como o ladrão!
domingo, 23 de dezembro de 2012
Solidariedade no Futebol
“A Fundação Liga Portugal foi hoje aprovada
em Assembleia Geral Extraordinária (AG), pela maioria de clubes presentes.
Esta fundação de solidariedade social tem como objetivo contribuir ativamente
para a melhoria das condições de vida dos mais carenciados e para a inclusão
social, através da prática do futebol. A Liga e os clubes das competições
profissionais irão, assim, promover um conjunto de iniciativas que visam
aumentar a qualidade de vida dos seus públicos-alvo.
Resultado da votação do ponto 2. Apreciação, discussão e deliberação sobre
a proposta de constituição da Fundação da Liga Portuguesa de Futebol
Profissional:
Votos Contra: Gil Vicente (2 votos), Beira-Mar (2 votos), Oliveirense (1
voto) e Covilhã (1 voto) - total 6 votos
Abstenções : Paços Ferreira (2 votos), Feirense (1 voto) e Belenenses (1
voto) - total de 4 votos
Votos favoráveis: Marítimo (2
votos), Benfica (2 votos), Braga (2 votos), Sporting (2 votos); V. Guimarães (2
votos), Rio Ave (2 votos), Olhanense (2 votos), Estoril (2 votos) e Moreirense
(2 Votos); Penafiel (1 voto), Leixões (1 voto), Aves (1 voto), União (1 voto),
Trofense (1 voto), Freamunde(1 voto), Naval (1 voto), Sta Clara (1 voto) e
Tondela (1 voto) - total de 27 votos.
A deliberação de constituição da Fundação foi, assim, tomada com 27 votos a
favor e 6 votos contra, que se traduz numa aprovação por 82% dos votos
emitidos.
Na AG desta manhã, foi igualmente
aprovado, por maioria, o fundo inicial próprio da Fundação Liga Portugal no
valor de cem mil euros, bem como a proposta de concessão de poderes ao
presidente da Liga ou a qualquer um dos membros da Comissão Executiva para
realizar todos os atos necessários à criação e reconhecimento da fundação.”
PARABÉNS A TODOS!
O “Estádio Nacional”
Uma notícia publicada no CM em
16.12.2012 assinada por J.A.R. (COMLUSA), atribui ao ex-empregado de Joaquim
Oliveira, ex-Administrador da SAD do Porto, ex-Presidente da Liga e atual
Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Sr Fernando Gomes (FG),
declarações onde afirma a sua convicção do apuramento da Seleção para o próximo
mundial, ainda que com dificuldade, e defende o termo da realização da final da
Taça de Portugal no Estádio Nacional “devido à falta de condições de segurança
e comodidade.”
Sendo relativa a importância da comodidade nos
estádios, a sua segurança é matéria da maior relevância justificando-se que
ambos suscitem a atenção do Presidente da FPF com vista à identificação de
todos os constrangimentos inerentes e sua resolução. A insistência na contestação
que se tem verificado por parte do lóbi portista à realização da final da Taça
de Portugal no Estádio Nacional e as ligações de FG ao mesmo, levam-me a
concluir que o argumento não passa, afinal, de um mero pretexto.
No plano meramente desportivo o
lóbi “liderado” pelo Sr Pinto considera uma desvantagem para os seus a disputa da
final da Taça num estádio localizado mais perto dos mais prováveis adversários,
nomeadamente, pela presumível maior afluência de adeptos destes.
Mas, estou certo, que o maior
obstáculo é de outra natureza:
“O objeto
de culto que domina este trabalho, um Estádio integrado num complexo desportivo,
pertence ao domínio dos ícones que, desde o séc. XX, têm congregado as maiores
e as mais heterogéneas multidões; o desporto, com predominância para o futebol,
é, para além da religião, aquele que constitui um dos objetos da cultura popular contemporânea mais estudados pelas ciências
sociais. (...) O futebol surge como suporte de investimentos simbólicos que se
inserem numa construção, mais global, das identidades coletivas. Os clubes e
respetivas equipas, constroem imagens estereotipadas das comunidades, simbolizando,
desse modo, as formas específicas da existência social. Além de elementos de
identificação emblemática, os clubes são também veículos de negociação com o
exterior (a sua existência depende do confronto com outras equipas), colocando,
por via da representatividade, a comunidade em confronto com outras
comunidades. Por esse motivo, revelam-se
elementos fundamentais para a construção/ reconstrução das identidades coletivas.”
Na
dissertação de André Cruz “O Estádio Nacional e os novos paradigmas de culto”
donde retirei os estratos acima, levanta-se a ponta do véu; o futebol foi capturado
pelo já referido lóbi - que passarei a designar de “cruzados” em contraponto à
ostensiva e pejorativa denominação de “mouros” com que os “azuis” classificam
todos os portugueses a sul do mondego -, usando-o na desconstrução de elementos
estruturantes da Identidade Nacional presentes no desporto, tentando a todo o
custo construir, em simultâneo, uma identidade regional centrada, abusivamente,
nos plastificados êxitos desportivos do seu clube, semeando ódio e
ressentimento entre os portugueses, pela via do desporto.
Foi
esta, quanto a mim, a verdadeira razão da “guerra” que o sr Costa desencadeou
contra o ex-Selecionador Nacional, o competente e digno Filipe Scolari, que,
contra sua vontade, uniu todos os portugueses em torno da Seleção Nacional e do
símbolo máximo da Nação Portuguesa: a Bandeira Nacional! Ao Sr Costa, aos seus
correligionários e a muitos regionalistas, tal como aos traidores, não convêm
os elementos agregadores dos Portugueses. Tal é o caso do Estádio Nacional!
A
Taça de Portugal comummente designada por “Festa do Futebol”, efetivamente,
aproxima e solidariza os portugueses através dos respetivos clubes, abolindo
quase completamente as fronteiras entre escalões, levando os “grandes ” aos
locais mais remotos, com seus “mágicos” da bola, e dando aos “pequenos” a
possibilidade de os baterem, até ao desfecho final, onde, perante os mais altos
dignitários da Nação, poderão com brio e honra, disputar o troféu. Esta
competição é pois um tributo à Nação e o Estádio Nacional é símbolo do
sentimento Patriótico. São estes os verdadeiros motivos do Sr Fernando Gomes enquanto
“cruzado”.
Enquanto
Administrador da SAD do Porto, Presidente da LPFP e Presidente da FPF, que fez
FG pela salvaguarda da segurança e comodidade no futebol?
·
Que
fez FG para evitar as agressões de que os adversários do seu clube são vítimas,
nas imediações do estádio, no interior do mesmo ou no terreno de jogo, quando
lá se deslocam?
·
Que
fez FG para garantir a punição dos bandidos que semeiam o terror entre todos os
que, correligionários ou não, desagradam ao putativo “gerente de caixa”?
·
Que
fez FG para garantir a punição dos que se deslocam aos estádios adversários
para os incendiar e agredir os respetivos adeptos?
·
Que
fez FG para dissuadir os mentores do chauvinismo no futebol que não hesitam em
ameaçar explicitamente os dirigentes que teimam em defender a universalidade
dos regulamentos desportivos?
·
Que
fez FG para impedir que os árbitros que mais erram em favor do seu clube sejam
os que mais facilmente sobem na carreira?
·
Que
fez FG para providenciar a melhoria das condições de segurança e comodidade no
Estádio Nacional?
·
Que
interesses defende FG enquanto Presidente da FPF?
Cidadão e benfiquista, acuso-o de consentir a compulsiva e discricionária punição
dos Dirigentes e Atletas do meu clube pelos órgãos das instituições a que
preside ou presidiu, quase todos conotados com o seu clube; de consentir no
financiamento da LPFP com a aplicação de sucessivas multas ao Benfica por
razões claramente discriminatórias face aos restantes adversários; de defraudar
as espetativas dos Dirigentes adversários do seu clube ao convencê-los do seu empenho
na luta pela regeneração do futebol; de omissão do seu dever de denunciar e
combater o chauvinismo no futebol.
Da
Wikipédia:
“Inaugurado a 10 de Junho de 1944,
o Estádio Nacional foi uma criação do Estado Novo,
que procurava com este novo recinto não só a promoção da prática do desporto,
mas também a criação de um espaço para manifestações públicas inspiradas nos
princípios políticos vigentes.
Para que o projeto do ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, fosse uma realidade, foram
consultados diversos arquitetos, entre os quais, Francisco Caldeira Cabral,
Konrad Wiesner, Jorge Segurado e Miguel Jacobetty Rosa.
A este último é apontada a “paternidade” do projeto do Estádio de Honra.
Influenciado por obras como o Estádio Olímpico de
Berlim, a edificação do Estádio Nacional levou cinco anos a ser
concluída - desde a planificação (1939) até à sua construção -,
sendo, mais tarde, inserido no Complexo Desportivo do Jamor, uma ilha verde no
seio da Área
Metropolitana de Lisboa.
Em 1967, o Estádio Nacional foi
escolhido como anfitrião para a prestigiada final da Taça dos Campeões
Europeus. O jogo foi disputado entre o Celtic Football Club
e Inter Milão. Os escoceses venceram por 2-1 e
levaram para casa a primeira Taça conquistada por um clube não latino.
Este complexo serve de Estádio oficial para a Seleção
Portuguesa de Futebol mas, devido à sua degradação, os jogos
oficiais da seleção não são realizados nele.
O Estádio Nacional recebe todos os anos a final da Taça de Portugal,
que se diz ser o ex-libris do
futebol português.
No Estádio Nacional, a simplicidade do
detalhe arquitetónico contrasta com uma conceção global inspirada numa
monumentalidade que exalta o nacionalismo próprio do período histórico em que
foi concebido.
Embora estejam afastadas do espírito dirigista
que animou as celebrações do nazismo, parece de todo o interesse referir o
movimento que, no Euro 2004, originou a proliferação de símbolos patrióticos,
com a utilização exaustiva de bandeiras nacionais.”
Claro
que o Estádio Nacional, mais tarde ou mais cedo será demolido, pela simples
razão de se tratar de uma obra simbólica do Estado Novo, intolerável aos falsos
profetas da Liberdade e da Democracia, que, hipocritamente, invocarão razões de
segurança e comodidade para apaziguar as dormentes consciências, depois de,
pacientemente, o deixarem apodrecer.
Como
diz a canção; a mim não me enganas tu, a mim não me enganas tu, a panela ao
lume e o arroz está cru…
http://www.youtube.com/watch?v=wjQsUWVM9kI&feature=player_detailpage
AB
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Olhanense-Benfica (1-2, Taça da Liga)
O jogo seguia morno quando o
rápido estremo esquerdo do Olhanense se isolou, aproveitando uma falha
defensiva já crónica na equipa do Benfica desta época, ganhando o ressalto a
Paulo Lopes que chegara ligeiramente atrasado ao lance, sobrando a bola para
Brandão que, com a baliza deserta não teve dificuldade em inaugurar o marcador.
Tudo mudou a partir daí; os
vermelhos arregaçaram as mangas, o andamento pachorrento passou a intenso,
sucedendo-se os lances ofensivos com grande dinâmica e amplitude, sob a
condução de Gaitan. Sempre com grande empenho e muita agressividade,
os jogadores do Olhanense acantonavam-se frente à sua área defendendo com
dificuldade mas saindo rápidos para a contraofensiva tentando tirar partido da
velocidade e força dos seus extremos, metendo dois jogadores na área e subindo
a linha média para a recuperação dos ressaltos.
Os golos da reviravolta surgiram
como uma inevitabilidade, premiando o empenho e talento da renovada equipa do
Benfica que mostrou múltiplas soluções ofensivas face a uma defesa compacta e
batalhadora, apesar do atabalhoamento na finalização de muitos dos sucessivos lances
ofensivos que ia criando. Sem grandes alaridos, numa demonstração de
personalidade própria de quem está consciente das suas capacidades, matou-se
assim o “borrego” a que a comunicação social, pateticamente, tanta
importância deu,
Gostei da “rotação” de atletas,
consolidando-se cada vez mais a ideia da qualidade e integração efetiva de todo
o plantel, parecendo-me cada vez menos estranha a ideia de Jorge Jesus poder
vir a ser o nosso Fergusson. Miguel Rosa merece uma oportunidade e nós
merecemos vê-lo a jogar na equipa principal ainda que seja de forma controlada.
Gostei da equipa do Olhanense,
que me pareceu bem orientada, com boa condição atlética, com muito empenho, com
boa qualidade de passe, boa dinâmica e profundidade de jogo.
A equipa de arbitragem comandada
por Paulo Batista realizou um mau trabalho distribuindo amarelos, quase todos
injustificados, aos nossos atletas e poupando os adversários à sanção
disciplinar, incentivando o seu jogo faltoso, tendo ainda deixado por assinalar,
logo no início da partida, uma grande penalidade contra o Olhanense. Uma
equipa que está a mais no futebol. Olho da rua que já tarda.
Ah! Já me esquecia, aqui ao lado está um pratinho de bolachinas muito boas para cativar e manter a amizade dos tarecos.
AB
domingo, 16 de dezembro de 2012
Chapéu de chuva
"Quando aqui
cheguei a decisão já estava tomada pelo árbitro", observou, e negou
interesse em contratar Izmailov e Labyad (Sporting), mas não fez o mesmo em
relação ao central Reyes - está na rota do Benfica (ver pág. 32) -,
considerando-o "interessante". Abordou, ainda, as críticas às
arbitragens: "Fala-se sempre, enquanto existir o Gomes da Silva [vice do
Benfica]. Estar sempre a falar dos árbitros é ridículo e estúpido."
A preocupação de Pinto da Costa em
informar apressadamente os jornalistas de que nada tivera a ver com a decisão do
adiamento do jogo, revela a perfeita consciência que tem da convicção geral do
ascendente que detem sobre toda a estrutura do futebol, estrutura essa que não ousa contrariar
os seus explícitos ou implícitos desígnios. Revela ainda ser do interesse do
clube que dirige o adiamento do jogo com o Vitória de Setúbal, clube historicamente
amigo.
Acredito que tenha havido razões regulamentares
para o adiamento mas não confio no juízo de Pedro Proença que se tem revelado
condicionado em momentos capitais de alguns jogos que decidiram campeonatos em
favor do clube do engenheiro-chefe. E sei, sabemos todos, que o relvado encharcado
favorece a equipa técnica e táticamente menos dotada. A “exemplar estrutura”
não corre riscos, mesmo com adversários amigos. Por isso é “exemplar”. A
compulsiva e proverbial aquiescência das estruturas e agentes do futebol aos
seus insanos interesses constitui uma agressão a todos os outros
pseudoconcorrentes, impotentes ante tão revoltante discriminação desportiva.
Numa ilustração contundente, Joaquim
Oliveira protege Pinto da Costa dos pingos da chuva - não vá o Sr Pinto
constipar-se - e ao fazê-lo, ilustra o seu papel ao serviço da “exemplar
estrutura”; segurar o chapéu de Pinto da Costa, poupando-o dos pingos da chuva! Entenda-se; proteger o
clube da fruta de percalços financeiros, de adversários desalinhados, de comentadores
incómodos; garantir ao clube dos rebuçadinhos a docilidade dos adversários, a
anuência dos órgãos institucionais, a cumplicidade envergonhada ou descarada de agentes
políticos e judiciais garantes da impunidade geradora de indignação e revolta
dos Portugueses de Lei.
A negação
do interesse nos atletas do Sporting não convence os que não reconhecem a tal
personagem nobreza de caráter suficiente para respeitar um adversário em grave
crise desportiva e financeira, convictos de que, qual abutre, não hesitará em
tirar partido da desgraça alheia para a qual, afinal, deu precioso contributo,
ainda que indireto. O interesse por Reys
faz parte da obsessão visceral que tem pelo Benfica, mais fazendo supor ser este
clube o verdadeiro amor da sua vida.
Indignado com a “inoportunidade” das
críticas ao desempenho das equipas de arbitragem a quem o clube
dos chocolatinhos tantos títulos deve, atribuidas a Rui Gomes da Silva, mas não ao
ponto, suponho, de o mandar castigar com 11 meses de suspensão nem de o mandar espancar à porta de um qualquer restaurante do "seu" território guardado a seu contento por uma diligente PSP, o Sr Pinto
parece ter-se esquecido de que, muito antes do Sr Rui Gomes da Silva, já ele
era “catedrático” na matéria.
Em vez de dizer baboseiras, o Sr Costa
prestaria um excelente serviço ao futebol e aos Portugueses de Lei, se lhes
conseguisse explicar a razão pela qual só progridem na carreira os árbitros que
erram em benefício do seu clube. Parece que o Sr Costa só “consente” críticas a árbitros efetuadas por
si próprio ou pelos seus correligionários, revelando-se incapaz de entender a sua
crescente e inexorável insignificância à qual em breve se juntará o compulsivo
remorso, visto que ninguém pode ser feliz semeando ódio.
Faria bem o Sr Pinto, se esclarecesse as
dúvidas que pairam no espírito de muitos portugueses acerca das razões que o
levaram, há cerca de vinte a trinta anos, a recuar na sua decisão de abandonar o
futebol, que tão benéfica teria sido para quase todos.
É que, há quem recorde as notícias veiculadas na imprensa da época atribuindo
tal facto a um alegado pedido de última hora do Sr Guterres, por
escrito, propondo o estabelecimento de uma estratégia comum com vista à
regionalização, para a qual seria importante o seu contributo dada a sua
suposta capacidade de controle “politico-desportivo” dos adeptos do clube a
que preside e dos portuenses em geral. Eventos posteriores de natureza política parecem corroborar tal
tese e seria bom que esse assunto fosse esclarecido de uma vez por todas para
ficarmos a saber quem é quem, nesta debochada democracia.
Sr Costa, apesar de não faltar quem lhe
segure o chapéu, mais cedo que tarde a chuva cair-lhe-á em cima, libertando
finalmente o futebol do seu nefasto contributo.
AB
Benfica-Marítimo (4-1)
Simpatizo com o atual Marítimo,
sobretudo pelo estilo do seu treinador, o Pedro Martins; competente,
respeitador e defensor do seu clube e respetivos atletas. Pôs o Marítimo a
praticar bom futebol mesmo após a contrariedade que representou a atribulada
saída do Kléber empenhando-se no seu
trabalho em vez de andar por aí a lamentar-se das contingências da vida de
Treinador. Os seus comentários ao jogo de hoje na flash-interview confirmaram a sua sobriedade, algo raro nos
treinadores portugueses, reconhecendo a superioridade do Benfica recusando a
desculpa fácil da grande-penalidade para justificar o peso da derrota.
O jogo iniciou-se numa toada
moderada, com o Benfica a assumir o comando da partida procurando chegar cedo
ao golo da tranquilidade. Apesar da posse de bola e dos sucessivos lances
ofensivos, tal como referiu Jesus, a dinâmica era algo pastosa tornando os
lances previsíveis confirmando o padrão característico desta época de frequentes
falhas de concretização por má qualidade do último passe.
Num lance algo fortuito mas
sempre ocorrível, como são todos os de bola parada sobre a área, o Marítimo faz
o 1-0 contra a corrente do jogo. Sem se perturbar, a equipa do Benfica
continuou a desenvolver o seu jogo com grande destaque para o jovem Matic, que mais parecendo ter quatro
pernas, aparecia em todo o lado, recuperando bolas e propulsionando a equipa
ofensivamente, onde o inevitável John fazia a cabeça em água aos pobres defesas
adversários, sacando naquele seu estilo blues,
sucessivos cruzamentos geralmente mal direcionados contrariamente ao que
lhe é habitual.
Foi assim que o golo do empate
surgiu com naturalidade e com qualidade desde a construção pelo neófito Gomes à
assistência in-extremis por Sálvio e
ao encosto fatal do inevitável Cardozo. Bem poderíamos ter chegado ao intervalo
a vencer pelo menos pela diferença mínima mas, quer o acerto da defesa
maritimista, quer a sorte do jogo da mesma, quer a falta de intensidade e
precisão nos lances por parte dos avançados benfiquistas, tal não sucedeu.
A equipa do Marítimo não trouxe o
autocarro; pressionou alto, colocando dois ou três jogadores na área do Benfica
e povoou bem o meio campo, tentando recuperar cedo a bola e impedir a
construção ofensiva adversária, trocando a bola com racionalidade e abrindo bem
a frente de ataque onde os extremos não raro faziam estragos, sacando alguns
cruzamentos bem venenosos. Porém, a superioridade técnico-tática da equipa do
Benfica foi-se impondo com naturalidade, encostando o adversário à sua área por longos períodos.
A sufocante dinâmica ofensiva
benfiquista acabaria por gerar o lance da grande-penalidade, concretizada pelo
Cardozo no seu novo estilo soupless, ficando
os maritimistas reduzidos a dez unidades, mais preocupados a partir de então em
evitar a goleada do que a tentar empatar a contenda, apesar dos esforços do
rápido Sami e do David Simão. Seguiu-se
o terceiro pelo matador da partida e o quarto, num lance de grande categoria concluído
a preceito pelo talentoso Rodrigo. Esperara o poker, que esteve ao alcance do Tacuara,
e torci pelo golo do Lima, que não se poupando a esforços, marcando ou não,
sempre faz mossa em qualquer defesa.
A equipa de arbitragem cometeu alguns
erros irrelevantes, face ao desfecho do jogo, mas que poderiam e deveriam ter
sido evitados; dois foras de jogo mal assinalados ao John e ao Matic (salvo
erro) em lances de grande perigo, fora de jogo não assinalado no lance de golo
do Marítimo, grande penalidade mal assinalada já que precedida de falta de Matic - puxou o braço ao defesa - e grande
penalidade não assinalada sobre Maxi
pelo Ricardo.
Faço votos para que a renovação
das equipas de arbitragem continue a processar-se, acabando o mais rapidamente possível
com as arbitragens assassinas, dos proenças, xistras, vascos, olegários,
elmanos, dias e quejandos, que atraiçoam o trabalho de Dirigentes, Técnicos e
Atletas, bem como as legítimas espetativas dos adeptos do futebol, ao decidirem
a sorte das contendas e das provas.
Fora com toda essa gente que há
décadas envenena o futebol graças à complacência de um país eminentemente
corrupto.
AB
sábado, 15 de dezembro de 2012
Jorge Jesus, o Futebol e o Benfica
Correio da Manhã, 15.12.2012, pág. 32
“Temos um campeonato muito difícil e a conjuntura
económica vai fazer com que o futebol português não vá ter tanta qualidade como
nos últimos anos", disse ontem Jorge Jesus. O técnico do Benfica frisou
que "muitos jogadores portugueses com qualidade" acabam por sair para
outros países, como a Roménia ou Chipre, por receberem mais, e vincou que esta
tendência se vai sentir cada vez mais no futuro.
"Às vezes oiço críticos perguntarem porque é
que o Rui Pedro está na Roménia e outro no Chipre ou Bulgária. Estão lá a jogar
porque esses países pagam três vezes mais do que em Portugal e o nosso jogador
médio vai sair para esses países", disse.
Depois, observou que as equipas de menor nomeada
vão sentir "cada vez mais dificuldades", mas manifestou-se convicto
de que os clubes vão encontrar soluções. "O povo português é muito
inteligente e vai procurar alternativas em outro lado, descobrindo jogadores em
outros mercados onde ainda ninguém lá chegou", vincou.”
Serenamente, aflorou-se-me ao espírito como se fosse uma
inevitabilidade o pensamento de que Jorge Jesus iria ser campeão europeu pelo
Benfica. Apesar da compatibilidade dos
notáveis pergaminhos do clube com este cenário, as conjunturas que desde há muito afetam o
futebol português e europeu fazem depender a conquista de títulos de outros
méritos que não os desportivos. De facto a corrupção desportiva é hoje uma
indústria altamente rentável para quem a pratica - ver “Máfia no Futebol” de Declan Hill, editora Saída de Emergência”
-, limitando-se as autoridades nacionais a um silêncio cúmplice ou
proporcionando aos tribunais os instrumentos necessários à absolvição dos
agentes da corrupção mais relevantes, na vã esperança de “lavar” a consciência,
tentando fazer crer aos cidadãos que o primado da Justiça lhes assiste
tratando-os como mentecaptos. Por outro lado, quer a UEFA quer a FIFA, entidades
altamente desacreditadas por sucessivos casos que têm
vindo a público, sabendo-se impotentes perante esta exemplarmente disseminada estrutura corruptiva,
vão lançando sucessivos planos de prevenção e combate do fenómeno, quanto a
mim, apenas para parecer que se preocupam. Se assim não fosse há muito que teriam
promovido a inclusão das tecnologias no jogo. Mas não; tais criaturas “corruptossáurias” entendem muito
doutamente que os erros de arbitragem, mesmo que grosseiros, ainda que
decisivos, ainda que denunciantes, fazem parte do jogo, pois proporcionam acesas
e apaixonantes discussões entre os adeptos, sobrelevando aqueles detalhes
ridículos eminentemente futebolísticos que costumavam deliciar os espectadores.
Entre a classe política
nacional vai-se instalando a “grave preocupação” da carência de futebolistas
portugueses nas formações nacionais, atribuindo-lhes a responsabilidade de tal
facto, enquanto anunciam “medidas” tendentes a corrigir esta “disfunção
desportiva”. Ignoram estas luminárias que tal se deve à livre circulação de
pessoas e bens no espaço europeu tornando inevitável a migração de atletas,
devido às tremendas diferenças salariais entre os vários países e fragilizando continuamente,
inexoravelmente, os clubes nacionais, grandes e pequenos, todos eles focados na
sustentabilidade financeira só possível pela rotação frequente de atletas, o
que impossibilita o desenvolvimento sustentado de qualquer projeto desportivo,
mesmo nos grandes clubes.
Graças aos atuais
dirigentes e à sua tremenda popularidade e prestígio, o Benfica conseguiu
reerguer-se e luta pela recuperação da sua inegável e desejável dimensão
europeia e mundial, contra uma estrutura que, inequivocamente, favorece o
projeto portista, beneficiando este de uma evidente convergência de interesses,
nomeadamente políticos e económicos, regionais e nacionais.
Voltando a Jorge Jesus,
é evidente que a espécie de “premonição” que me acometeu, emergiu na sequência do
evidente progresso do projeto desportivo que Jorge Jesus encabeça,
caracterizado pela coerência técnica implementada nos vários escalões e pelos
jovens valores que vão despontando oriundos da formação, que proporcionam
soluções desportivas de qualidade, estabilizando todo o projeto, também pela consequente
valorização económica global.
Jorge Jesus sabe disso,
interiorizou isso, adquirindo a serenidade necessária para desenvolver e
aperfeiçoar as suas ideias num projeto vertical. O Benfica cresceu com Jorge
Jesus e este...está a crescer com o Benfica. Tal realidade manifesta-se autonomamente,
instalando-se entre atletas, dirigentes, adeptos e…adversários, fazendo
renascer a temível mística Benfiquista, para desgosto do gerente de caixa e
seus correligionários.
Boa sorte para o
Benfica no jogo iminente com o Marítimo, equipa muito bem orientada e sempre
difícil de bater.
AB
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